Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o iFood domina 80% do delivery de comida, deixando seus concorrentes bem abaixo no mercado.

Mas, essa situação pode mudar, principalmente, porque o app não tem mais o contrato de exclusividade com grandes redes de restaurantes. A plataforma sofreu uma ação de mais de 40 empresas e teve que entrar em acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Entenda o que mudou após essa definição.

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Entenda por que o iFood teve fim de contratos com grandes redes de restaurantes

O iFood cresceu, em grande parte, por fomentar uma relação de troca com grandes redes de restaurantes. Para entender melhor, esses contratos de exclusividade funcionavam da seguinte forma: restaurantes parceiros se comprometiam a não disponibilizar sua operação de delivery em outras plataformas e, em troca, recebiam investimentos do iFood e condições comerciais diferenciadas.

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Rappi questionou iFood por exclusividade com restaurantes
Imagem: Diego Thomazini / Shutterstock

Porém, seus concorrentes notaram que essa estratégia, na verdade, fazia com que o app dominasse boa parcela dos restaurantes, fazendo uma concorrência bem desleal com esse monopólio. A Rappi, uma de suas principais concorrentes, liderou uma ação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), juntamente com mais de 40 empresas e associações do setor, contra o iFood.

Em consequência dessa ação, o Cade fez um acordo com o iFood sobre a política de exclusividade da plataforma para delivery de bares e restaurantes.

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O que mudou após o fim dos contratos de exclusividade com os restaurantes

Para começar, o iFood deverá manter o seu volume de vendas atrelado a parceiros exclusivos em 25% ao nível nacional. Em municípios com mais de 500 mil habitantes, o app não poderá ter mais de 8% de seus parceiros exclusivos.

Grandes redes de restaurantes que detenham em seu número mais de 30 estabelecimentos não poderão ter contrato de exclusividade.

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Além disso, para ter exclusividade, o Cade colocou um prazo máximo de 24 meses para os contratos, mas há exceções, de acordo com o desempenho do app em cada restaurante.

Entregador do iFood
Imagem: Miguel Lagoa / Shutterstock

Em entrevista ao blog do iFood, Arnaldo Bertolaccini, vice-presidente de restaurantes, explica como a empresa está mediando essas novas mudanças:

“Mesmo sem a exclusividade, continuaremos ajudando nossos parceiros com mais de 30 lojas a prosperar no delivery e oferecendo produtos e serviços relevantes para o perfil de pequenos e médios empreendedores, que representam 70% dos estabelecimentos cadastrados na plataforma.”

Bertolaccini também fala nas novas apostas do app após as mudanças, sobre o apoio a pequenos e médios empreendedores e ferramentas tecnológicas, capacitações, subsídios para promoções e ampla rede de fornecedores. O iFood pretende, entre outras coisas, expandir sua linha de crédito para este público, auxiliando em seus respectivos negócios.

A ideia é criar iniciativas para que o custo desses restaurantes seja menor e incluir uma oferta de crédito com taxas inferiores às praticadas pelo mercado.