Múmia mais famosa do Peru tem rosto reconstruído

Morta em sacrifício há 500 anos, a múmia Juanita foi encontrada no alto de um vulcão coberto de neve nos Andes em 1995
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 25/10/2023 21h48
Rosto reconstruído da múmia mais famosa do Peru (Crédito: Universidade Católica de Santa Maria)
Rosto reconstruído da múmia mais famosa do Peru. Crédito: Universidade Católica de Santa Maria
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“Juanita”, uma adolescente inca sacrificada em um ritual há mais de 500 anos no topo dos Andes, é considerada a múmia mais famosa do Peru. Nesta terça-feira (24), uma equipe de internacional de pesquisadores apresentou uma impressionante reconstrução digital da face da menina.

Exibido em uma cerimônia no Museu dos Santuários Andinos da Universidade Católica de Santa Maria, em Arequipa, o busto foi idealizado por cientistas peruanos e poloneses e executado por um escultor sueco especializado em construções faciais.

O que se sabe sobre Juanita:

  • A jovem tinha entre 13 a 15 anos quando morreu, entre 1440 e 1450;
  • Sua altura era em torno de 1,40 m, e ela pesava 35 quilos, não demonstrando sinais de desnutrição;
  • Os restos mortais foram encontrados cobertos de neve em 1995, pelo antropólogo norte-americano Johan Reinhard, a mais de seis mil metros de altitude no topo do vulcão Ampato, na Cordilheira dos Andes;
  • A causa de morte teria sido um golpe grave no lobo occipital direito, em um ritual de sacrifício.
Imagem da múmia Juanita como foi ecnontrada em 1995. Crédito: Gourami Watcher/Wikimedia Commons

De acordo a agência de notícias Associated Press, Oscar Nilsson, escultor sueco especialista em reconstruções faciais 3D de humanos antigos, disse que a modelagem do rosto da múmia, também chamada de “Donzela do Gelo Inca”, levou mais de 400 horas. O resultado foi o busto de silicone de uma jovem com maçãs do rosto pronunciadas, olhos pretos e pele bronzeada.

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Etapas da reconstrução do rosto da múmia

Para que o artista pudesse produzir o rosto de Juanita, a pesquisa dos cientistas passou por várias etapas. A primeira delas, de acordo com Dagmara Socha, bioarqueóloga polonesa do Centro de Estudos Andinos da Universidade de Varsóvia, foi obter uma réplica do crânio da menina.

Depois disso, foram realizadas análises de DNA, varreduras corporais e pesquisas de características etnológicas e físicas que permitiram conhecer o rosto da jovem. Outros estudos sobre Juanita tem sido conduzidos, o que permitirá uma melhor compreensão da vida dela e a cultura Inca.

Além dessa múmia, Reinhard descobriu restos mortais de outras 14 pessoas, assassinadas em sacrifícios no alto dos Andes. Três eram crianças encontradas no fundo do poço gelado do vulcão Llullaillaco, na Argentina.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.