Um imenso “cânion de fogo” se abriu no hemisfério sul do Sol nesta quarta-feira (31). Com 10 mil km de largura e 10 vezes mais de comprimento, a fissura foi causada por uma forte erupção de filamento magnético. 

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, filamentos solares são arcos colossais de gás eletrificado (plasma), que são mantidos suspensos acima da superfície do Sol. Eles serpenteiam pela atmosfera solar, reagindo ao campo magnético do astro. 

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Quando o campo magnético fica instável, o filamento entra em colapso, o que pode resultar em explosões espetaculares, como esta, registrada pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA:

Crédito: AIA/SDO/NASA

Keith Strong, físico solar focado em conexões Sol-Terra, mudanças climáticas e divulgação científica, publicou o mesmo material no X (antigo Twitter) em velocidade lenta, inserindo a Terra na imagem para fornecer uma noção do tamanho do filamento que explodiu. “Observe como ele começa a se mover muito lentamente e gradualmente acelera até se tornar instável e entrar em erupção”.

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Os cientistas não sabem dizer se a erupção resultou em ejeções de massa coronal (CMEs) – jatos de plasma lançados ao espaço. De qualquer forma, de acordo com as projeções da NASA, a Terra está fora da “linha de tiro”, como se pode ver na simulação abaixo:

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Simulação computacional da NASA mostra que a Terra (círculo amarelo) não está na rota de uma possível ejeção de massa coronal do “cânion de fogo” do Sol. Crédito: NASA

Caso atingissem o planeta, os poderosos fluxos de vento solar magnetizado poderiam desencadear a formação de auroras. Esses belíssimos shows de luzes são causados por partículas solares energeticamente carregadas que batem na atmosfera superior da Terra (a velocidades de até 72 milhões de km/h) e são espalhadas para as latitudes mais extremas do globo.

Em seguida, essas partículas penetram na magnetosfera do planeta, excitando átomos e moléculas de gás, assim gerando as auroras. 

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No entanto, não é apenas esse efeito espetacular que os jatos de plasma ejetados da nossa estrela podem causar se atingirem a Terra. A depender da potência, esses eventos também podem provocar interrupções em sistemas de comunicação e GPS ou mesmo arrastar satélites, além de oferecer perigo para os astronautas na órbita do planeta.