Um filme brasileiro teve a exibição cancelada no Festival do Cinema Ibero-Latino Americano em Trieste, na Itália. A produção “Jovens Polacas” retrata a história de mulheres judias e as autoridades italianas entenderam que a veiculação poderia gerar reações relacionadas à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
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A obra, lançada em 2019, é dirigida por Alex Levy-Heller e produzida pela Afinal Filmes. Ela trata da história de mulheres judias traficadas do leste europeu para prostituição no Rio de Janeiro no início do século 20. O filme foi baseado em livro homônimo de Esther Largman, autora de outras obras com a temática judaica.
“Jovens Polacas” seria exibido na sessão Shalom, realizada anualmente na sede do Museu da Memória Hebreia de Trieste, assim como outros filmes que se inserem na mesma temática.
No entanto, os organizadores do festival informaram que a sessão, que aconteceria entre 4 e 12 de novembro, foi cancelada a pedido das autoridades italianas, das direções do museu e do festival e de instituições públicas locais. As informações são da Folha de São Paulo.
Conflito vai além da questão militar
O cancelamento da exibição do filme brasileiro não é o primeiro caso do tipo relacionado à guerra no Oriente Médio. A edição deste ano do MTV Europe Music Awards, por exemplo, não irá mais acontecer devido ao conflito.
O evento estava com data marcada para o dia 5 de novembro em Paris. A informação foi divulgada no perfil oficial da premiação no Twitter, que justificou o cancelamento afirmando que este não é um momento apropriado para uma celebração global.
Em outro caso, o fundador e presidente-executivo do Web Summit, Paddy Cosgrave, renunciou ao cargo após o boicote de grandes empresas de tecnologia – AWS, Meta, Intel e Google, por exemplo – ao evento.
As companhias disseram que não compareceriam ao Web Summit, agendado para 13 de novembro, por conta dos comentários de Cosgrave sobre a guerra entre Israel e Hamas. O executivo postou no X (antigo Twitter) que “crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”.

Situação da guerra entre Israel e Hamas
- Os cerca de dois milhões de habitantes que vivem na Faixa de Gaza estão praticamente sem internet após o início da invasão terrestre do exército de Israel.
- Grupo de defesa dos direitos humanos acusam o governo israelense de querer esconder possíveis crimes de guerra cometidos contra a população civil.
- Tel Aviv nega e diz que está bombardeando túneis usados pelos integrantes do Hamas.
- A mais recente guerra começou no dia 7 de outubro, quando terroristas do grupo fundamentalista islâmico fizeram uma grande invasão ao sul israelense e mataram milhares de pessoas, muitas delas civis.
- Em resposta, o exército de Israel cortou o fornecimento de água, energia e comida, e iniciou bombardeios em Gaza, matando também milhares de palestinos, a maioria crianças e mulheres, segundo dados de organizações internacionais.
- Não há consenso sobre um cessar-fogo e nem mesmo sobre a criação de um corredor humanitário para a retirada de civis em meio aos confrontos.