A medicina já avançou muito nos últimos anos. Mas ainda há muito a ser descoberto, especialmente quando falamos de tratamentos para doenças degenerativas. Pensando nisso, o pesquisador e doutor em Ciências de Materiais graduado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) José Ricardo Muniz Ferreira quer levar células-tronco para o espaço.

Leia mais

publicidade

Viagem deve acontecer em 2024

  • Segundo o cientista brasileiro, as células-tronco retiradas do peróxido do palato e da polpa de dente de leite devem ser enviadas ao espaço dentro de um box em um foguete ao longo do primeiro semestre de 2024.
  • O material será transportado dentro de garrafas e o box vai funcionar como um minilaboratório.
  • O pesquisador destaca que o objetivo do experimento é desenvolver medicamentos biológicos a partir de células-tronco para o tratamento de diversas doenças degenerativas.
  • Entre elas a dor em osteoartrite (artrose), regeneração do tecido em condições de fratura, perda de massa óssea, tratamento do Acidente vascular Cerebral (AVC), Acidente Vascular Encefálico (AVE), regeneração de pele de córnea, entre outros.
  • As pesquisas são feitas em parceria com a Universidade do Ceará, USP, Unicamp, Universidade da Flórida nos Estados Unidos e a Universidade de Laval, no Canadá, e outras instituições.
  • As informações são do G1.
Imagem: arquivo pessoal/José Ricardo Muniz Ferreira

Células-tronco “espaciais” poderiam tratar doenças consideradas incuráveis

José Ricardo Muniz Ferreira acredita que, ao levar o material para o espaço, a mudança física, e não apenas química, deixe as células-tronco mais puras. Dessa forma, poderia se obter respostas para doenças até então consideradas incuráveis ou tratadas apenas de forma paliativa.

As células-tronco que são os produtos de terapia para o enfrentamento de doenças degenerativas e a produção envolve o uso de insumos químicos que vão estimular a célula a se multiplicar, a se diferenciar e cumprir a função que a gente espera para aquele tratamento. A terapia celular visa auxiliar os profissionais da área de saúde no enfrentamento de doenças degenerativas e trazer resposta para o quê, até então, é tido como incurável ou tratado de forma paliativa.

José Ricardo Muniz Ferreira, pesquisador e doutor em Ciências de Materiais graduado na Ufes

Ele explica que células-tronco mais puras podem desempenhas a mesma função com uma potência maior.

publicidade

Células cultivadas em ambientes de micro gravidade, é esperado que elas necessitem de um menor estímulo químico para que elas cumpram com as funções esperadas e, mais do que isso, que elas tenham um maior potencial para o desempenho daquela atividade pra funcionar como um remédio, como um medicamento de fato só que biológico na sua essência.

José Ricardo Muniz Ferreira, pesquisador e doutor em Ciências de Materiais graduado na Ufes

Além disso, testes em ambiente de microgravidade que simula o espaço já foram feitos. Isso confere um estímulo físico para a célula, diminuindo a necessidade do estímulo químico para que ela cumpra o seu papel e para que tenha um potencial aumentado como medicamento biológico.

As fontes, a estratégia adotada e toda a metodologia envolvida no experimento são inovadoras, segundo o pesquisador brasileiro.