Uma fêmea de tubarão da espécie Hemiscyllium ocellatum, sem ter contato com machos há anos, conseguiu se tornar mãe no Zoológico de Brookfield, em Chicago (EUA). O “milagre marinho” se deu por meio de processo chamado partenogênese, que permite que um embrião se desenvolva a partir de um óvulo não fertilizado.

A fêmea chegou ao zoológico com três anos e, mesmo sem ter sido mantida com um macho desde 2019, começou a depositar entre dois e quatro ovos inférteis a cada mês. Um dos ovos, porém, estava fecundado e acabou por eclodir. O filhote vem se alimentando bem de dieta composta por capelin picado, tentáculos de lula e outros frutos-do-mar.

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Partogênese?

  • A partenogênese é bastante incomum em espécies de tubarão que normalmente se reproduzem sexualmente;
  • Ao contrário de certas espécies, como o lagarto Aspidoscelis neomexicana, que se reproduzem exclusivamente dessa maneira, a partenogênese não é uma característica natural dos tubarões;
  • Uma explicação possível para esse fenômeno é a fecundação ocorrer quando o óvulo entra em contato com uma célula chamada de corpo polar, que se desenvolve simultaneamente ao óvulo do tubarão fêmea;
  • Contudo, como o filhote só herda o material genético da mãe e não se beneficia da mistura genética típica da reprodução sexual, isso pode causar problemas;
  • É por isso que os cuidados com filhotes provenientes de partenogênese são necessários, como têm enfatizado os especialistas do New England Aquarium.

Essa não é a primeira vez que a partenogênese é observada em tubarões. Anteriormente, casos semelhantes já haviam acontecido com tubarões-martelo e, possivelmente, com um tubarão-liso. Mais recentemente, em 2022, um tubarão-zebra conseguiu ter filhotes por partenogênese, apesar de machos saudáveis estarem disponíveis para acasalar.

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Outro caso de reprodução de um tubarão sem a presença de um macho aconteceu em 2021, na Itália, quando uma fêmea de cação-liso se reproduziu assexuadamente e deu à luz a um filhote fêmea.

Tubarão Hemiscyllium ocellatum

Os tubarões da espécie Hemiscyllium ocellatum são criaturas fascinantes. Encontrados na Austrália e Nova Guiné, eles costumam procurar comida no fundo do mar, mas podem também “andar” com suas nadadeiras em busca de alimento. É importante ressaltar que essa espécie de tubarões já foi observada caminhando em terra firme.

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Mike Masellis, especialista líder em cuidados com animais do Zoológico de Brookfield, afirmou que “estamos ansiosos para que os visitantes possam ver o filhote”.