Um fato intrigante aconteceu nesta semana na Itália: o nascimento de um bebê tubarão em um aquário habitado exclusivamente por fêmeas. Ou seja, o filhote (que também é uma fêmea) foi concebido de forma assexuada.

Segundo os diretores do Aquário de Cala Gonone, na Sardenha, a mãe da pequena “tubarãozinha” é uma das fêmeas da espécie cação-liso que moram no tanque há mais de dez anos, sem contato algum com tubarões machos. 

Sendo assim, é totalmente impossível que um óvulo seu tenha sido fecundado a partir de um espermatozoide armazenado pela mãe. Então, como explicar o nascimento da filhote? Tudo indica que a mãe teria fecundado a si mesma, em um processo chamado partenogênese.

Bebê tubarão é clone da mãe

Considerando que nesse processo o feto recebe apenas material genético da mãe, ele se forma essencialmente como um clone de sua genitora. O que poderia explicar a ocorrência de partenogênese no aquário italiano seria a fertilização de uma célula-ovo imatura, que se comportou quase como um espermatozoide. 

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No entanto, a equipe do Aquário Cala Gonone ainda aguarda o resultado de análises de DNA para ter certeza se o nascimento da “baby shark” batizada de Ispera foi realmente ocasionado por partenogênese. 

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Não seria o primeiro caso de nascimento de tubarão por partenogênese

Caso as conclusões das análises sejam de que realmente houve uma partenogênese, a reprodução não seria inédita entre tubarões de aquários. 

Há pouco mais de cinco anos, no Aquário Reef, na Austrália, uma fêmea de tubarão deu à luz não um, mas três filhotes, mesmo após passar quatro anos sem contato nenhum com tubarões machos.

Christine Dudgeon, PhD em Biologia pela Universidade de Queensland, liderou uma pesquisa na época para buscar explicações para o ocorrido. Segundo a cientista, a partenogênese pode ser um mecanismo de defesa da espécie para se manter viva, quando há escassez de machos.

“Os genes da mãe são transmitidos de fêmea para fêmea até que haja machos disponíveis para acasalar”, explicou a cientista em entrevista ao jornal New Scientist. Segundo o estudo de Dudgeon, o fenômeno “pode ser muito mais comum do que percebemos atualmente”.

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