Macaco nasce com olhos e dedos brilhantes após experimento com células-tronco

Experimento com o macaco foi considerado um sucesso e é importante para o futuro da pesquisa com células-tronco
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 10/11/2023 13h25
Macaco-quimera-1-1400x1080.png
Imagem: Cao et al., Cell, 2023
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas da China anunciaram o nascimento de um macaco com olhos verde fluorescentes. A coloração também foi verificada na ponta dos dedos do filhote e faz parte de um procedimento realizado pelos pesquisadores. Eles usaram células-tronco pluripotentes de dois ovos fertilizados geneticamente distintos da mesma espécie para criar o primata em laboratório.

Leia mais

Macaco “quimera”

  • Este não é o primeiro macaco nascido a partir da fusão de múltiplos óvulos fertilizados, mas é considerado o mais quimérico.
  • No caso específico, as células do filhote são provenientes de dois embriões diferentes, o que significa que são geneticamente diferentes, tornando o jovem primata uma “quimera”.
  • Embora cientistas já tenham realizado experimentos semelhantes com ratos e camundongos, a replicação desse processo com animais mais complexos, como macacos, se mostrou difícil.
  • As informações são da IFLScience.
Macaco “quimera” (Imagem: Cao et al., Cell, 2023)

Importância do experimento para o futuro da pesquisa com células-tronco

Segundo Zhen Liu, autor do estudo, o sucesso do procedimento era um objetivo de muito tempo. Ele frisou que esta pesquisa não apenas é relevante para compreender a pluripotência ingênua em outros primatas, incluindo humanos, como também tem implicações práticas para a engenharia genética e a conservação das espécies.

Os pesquisadores chegaram ao macaco “quimérico” ao nutrir e desenvolver de forma cuidadosa o bebê primata dentro do útero da mãe. A partir de testes genéticos e de diversas técnicas, verificou-se que uma grande parte do corpo do bebê macaco era composta por células derivadas das células-tronco introduzidas.

Para garantir a identificação da linhagem de células-tronco, os pesquisadores usaram uma proteína fluorescente verde. Após o nascimento do filhote, essa coloração foi verificada nos olhos e ponta dos dedos do animal, confirmando que o experimento deu certo.

Testes confirmaram que o macaco tem entre 21% e 92% de células originadas das células-tronco injetadas. Para os pesquisadores, a saúde do embrião da mãe e as características das células-tronco podem ter garantido o sucesso do experimento. Eles defendem o exame de células individuais em diferentes estágios de desenvolvimento para melhorar a compreensão.

O experimento é considerado importante para o futuro da pesquisa com células-tronco.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.