Estudo faz descoberta incrível sobre a comunicação dos elefantes

Os elefantes podem ser os primeiros animais não humanos que se referem uns aos outros sem imitação, como fazem os golfinhos e papagaios
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 14/11/2023 14h34, atualizada em 01/12/2023 10h28
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Um estudo publicado no servidor de pré-impressão BioRxiv indica que os elefantes são capazes de atribuírem nomes para seus semelhantes. Mas calma, não fique imaginando que algum animal se chama Dumbo ou coisa parecida. Na verdade, os pesquisadores descobriram que eles se referenciam entre si com sons baixos e estrondosos.

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Elefantes usam sons diferentes para se comunicar com cada semelhante

  • A pesquisa foi realizada com um grupo de elefantes africanos da savana do Parque Nacional de Amboseli, no Quênia;
  • Os animais fizeram vocalizações específicas para se referir a outros indivíduos de seus grupos sociais;
  • Além disso, os destinatários respondiam de acordo;
  • Isso é como se os grandes animais se identificassem a partir de sons próprios, afirmam os pesquisadores.
Elefantes africanos (Imagem: David Havel/Shutterstock)

Uso de Inteligência Artificial

Segundo o estudo, os elefantes podem ser considerados os primeiros animais não humanos a se referirem uns aos outros sem imitar o chamado do próprio receptor, como fazem os golfinhos ou papagaios. É mais uma descoberta que comprova a grande inteligência dos elefantes.

A pesquisa registrou e analisou 527 cantos de elefantes no ecossistema Samburu, no norte do Quênia, e outros 98 do Parque Nacional Amboseli, ao sul. Os sons específicos, no caso, foram registrados em 119 indivíduos. Então, com um modelo computacional e tecnologias de Inteligência Artificial, foram identificados corretamente os destinatários de 20,3% das 625 ligações gravadas. 

Há um estrondo de contato, há um estrondo anti-predador, há um estrondo de saudação. Se você olhar para um espectrograma, todos eles parecem quase ou exatamente iguais. É por isso que a IA tem sido emocionante. Ela nos permite realmente descobrir o que os elefantes estão fazendo.

Caitlin O’Connell-Rodwell, bióloga especialista em elefantes de Harvard

No caso, os chamados não eram sons genéricos emitidos, por exemplo, entre filhotes e mães, mas sim distintos para cada receptor. Surpreendentemente, um mesmo elefante era chamado de maneira semelhante por dois animais diferentes.

Os pesquisadores ainda destacam que os animais reagiram mais fortemente às gravações direcionadas a eles do que às direcionadas a outros do grupo. Isso permite que eles se espalhem muito mais e ainda tenham um controle muito próximo dos indivíduos e não apenas do grupo, segundo o estudo.

Com base em informações do site Live Science.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.