Supernovas estão entre as explosões mais poderosas do Universo e seus efeitos podem ser sentidos mesmo muito distante do local onde o evento ocorre. Em 2022 parte da camada de ozônio da Terra foi desativada por alguns minutos justamente por conta da ação de uma supernova.

A explosão ocorreu em 9 de outubro do ano passado e foi registrada por telescópios espaciais. No caso, essa não foi qualquer supernova, e foi considerada por muitos astrônomos como a mais brilhante de todos os tempos.

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Agora, uma pesquisa divulgada na última terça-feira (14) na Nature Communications, descobriu que o evento ocorrido a 1,9 bilhão de anos luz de distância da Terra teve impacto na nossa camada de ozônio.

“O ozônio foi parcialmente esgotado – foi destruído temporariamente”, disse Pietro Ubertini, astrônomo do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, que esteve envolvido na descoberta do evento atmosférico, ao New York Times.

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Apesar do impacto, as consequências não foram consideradas perigosas, já que a camada ficou desativada apenas por alguns minutos antes de se reparar de forma automática. Entretanto, se o evento ocorresse mais perto da Terra poderia ser catastrófico.

Camada de ozônio (Imagem: Shutterstock)

Como a camada de ozônio foi desativada por uma supernova?

Para identificar os danos da explosão na nossa camada de ozônio, os pesquisadores buscaram sinais no topo da ionosfera. Eles identificaram um salto acentuado no campo elétrico que ocorreu ao mesmo tempo em que a explosão foi identificada.

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Os resultados mostram que os raios gama ionizaram as moléculas de ozônio da ionosfera. Uma vez ionizadas, elas se tornam incapazes de absorver qualquer radiação ultravioleta do Sol. Por sorte, o evento é temporário.

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Esse tipo de evento na camada de ozônio já havia sido detectado antes, mas essa é a primeira vez que uma explosão tão distante causa um impacto desse tipo na Terra. 

“Felizmente para nós, esta explosão de raios gama estava extremamente distante, tornando os seus efeitos mais uma curiosidade científica do que uma ameaça”, disse Laura Hayes, física solar da Agência Espacial Europeia que não esteve envolvida no estudo, para o jornal americano.

De acordo com os cientistas, se a explosão fosse cerca de 1 milhão de vezes maior, a camada poderia ficar desativada por dias ou meses. Para nossa sorte, uma explosão tão forte quanto a do ano passado é rara e ocorre a cada 10 mil anos. Além disso, não é sempre que os jatos de raios gama são direcionados para a Terra.