O home office virou tendência após a pandemia de Covid-19. Mas, aos poucos, muitas empresas têm retornado ao trabalho presencial, ou pelo menos adotado um regime híbrido. A motivação é, entre outras coisas, financeira, com um grande debate sobre a produtividade e o desempenho nos locais de trabalho. Mas um estudo realizado nos Estados Unidos pode acabar mudando o entendimento em relação ao assunto.

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Crescimento maior das empresas que adotam o home office

  • A consultoria de trabalho flexível Scoop Technologies e pelo Boston Consulting Group (BCG), analisou 554 empresas de 20 setores, desde tecnologia até seguros.
  • No total, elas empregam 26,7 milhões de pessoas.
  • A conclusão foi que as companhias que permitem o trabalho remoto registraram um crescimento de receita quatro vezes mais rápido (21% entre 2020 e 2022) do que as que adotam o modelo presencial (tiveram crescimento de 5%).
  • O aumento da receita foi ajustado em relação às taxas médias de crescimento dos setores, para que empregadores em áreas de melhor desempenho não distorcessem os resultados.
  • As informações são do Estadão.
Home office (Imagem: Jacob Lund/Shutterstock)

Existe regime ideal?

O trabalho aponta que as taxas de crescimento maiores para empresas que incentivam o home office podem ser resultado da capacidade delas de contratar mais rapidamente e a partir de uma área geográfica mais ampla, juntamente com uma maior retenção de funcionários, segundo Rob Sadow, cofundador e CEO da Scoop.

Na seguradora Allstate, por exemplo, 84% das novas contratações nos EUA no último ano não moram perto de um de seus escritórios locais. Além disso, as candidaturas para vagas remotas são duas vezes maiores do que as tradicionais.

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Isso começa a ser um caso mais convincente para CFOs e CEOs não ficarem cinco dias no escritório. As pessoas perguntam se o crescimento da receita é o melhor indicador – você também poderia olhar para os retornos dos acionistas. Não existe uma resposta perfeita, mas sentimos que este foi um primeiro passo na direção certa.

Rob Sadow, cofundador e CEO da Scoop

A pesquisa é uma das primeiras análises amplas sobre como diferentes arranjos de trabalho impactam o desempenho corporativo. Até o momento, a maioria dos levantamentos que compara trabalhadores remotos e de escritório tem sido limitada, observando, por exemplo, trabalhadores de banco de dados na Índia ou trabalhadores de call centers na China.

Das 5.565 empresas na base de dados da Scoop, a porcentagem que exige trabalho no escritório em tempo integral diminuiu para 38% em outubro, em comparação com 49% no início do ano.

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No entanto, defensores do retorno ao escritório têm alguns dados novos para reforçar a sua posição. Uma pesquisa separada realizada com 4.505 funcionários em tempo integral nos EUA, realizada pela consultoria de local de trabalho Mercer, descobriu que aqueles que estavam no escritório quatro dias por semana relataram os mais altos níveis de motivação e pertencimento.

Eles também eram mais propensos a recomendar sua empresa como um bom empregador e sentiam mais fortemente que os seus objetivos de carreira poderiam ser alcançados. Uma pesquisa semelhante da Mercer no ano passado, porém, descobriu que aqueles que trabalhavam apenas um dia no escritório eram os mais engajados.