Em 2013, um meteorito explodiu sobre o céu da cidade de Chelyabinsk, na Rússia, quebrando janelas de milhares de edifícios e deixando cerca de 1600 pessoas feridas. A rocha espacial pegou a população de surpresa, isso porque ela estava escondida e só foi detectada quando era tarde demais. Os pesquisadores acreditam que além dela, existem outros asteroides, maiores e mais perigosos, escondidos sob o brilho do Sol. 

Para quem tem pressa:

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  • Provavelmente existem asteroides que poderiam destruir a vida na Terra, escondidos em nosso ponto cego, o Sol;
  • Um desses objetos, destruidores de planetas, foi encontrado em 2022;
  • A melhor forma de detectar asteroides escondidos é a partir de telescópios infravermelhos.

De acordo com a ESA, meteoritos como o Chelyabinsk, com cerca de 20 metros de comprimento, adentram a atmosfera terrestre a cada 50 a 100 anos. Asteroides maiores, são ainda mais raros, e de acordo com mapeamento da órbita de mais de 33 mil objetos, realizado pela agência, isso não deve acontecer pelo menos durante o próximo século.

No entanto, não é possível dizer os riscos de colisão de um objeto que não podemos ver, e de acordo com especialistas do LiveScience e Space.com existem milhares desses objetos escondidos, viajando em torno da nossa estrela. Esses asteroides estão ocultos pelo maior ponto cego da Terra, o brilho do Sol, e alguns deles podem ser grandes o suficiente para levantarem poeira para acarretar um evento de extinção em massa global.

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Em 2022, um desses asteroides obscurecidos pelo Sol foi descoberto em um estudo publicado na revista The Astronomical Journal. Ele foi nomeado de 2022 AP7, possui 1,5 quilômetros de diâmetro, e uma órbita de 5 anos na qual boa parte dela é invisível aos nossos telescópios.

Quando está no céu noturno, está no ponto mais distante do Sol e é muito fraco. O único momento em que é um pouco brilhante é quando está interno a Terra, perto do sol.

Scott Sheppard, cientistas do Carnegie Institution for Science, em reposta ao WordsSideKick.com

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Telescópios infravermelhos podem achar asteroides escondidos

Ilustração do NEO Serveyor que será lançado pela NASA até 2027. O telescópio irá investigar asteroides e outros objetos próximos à Terra (Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona)
Ilustração do NEO Serveyor que será lançado pela NASA até 2027. O telescópio irá investigar asteroides e outros objetos próximos à Terra (Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona)

Para observar e detectar esse tipo de asteroide, telescópios com luz visível não são os ideais. Apenas uma pequena porção da superfície deles é iluminada pelo Sol, então observações em infravermelho, do calor emanado por esses objetos, são mais úteis para detectá-los.

Esse tipo de telescópio geralmente opera melhor fora da atmosfera terrestre e atualmente existe apenas um deles que está ativamente procurando por asteroides próximos à Terra, o Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer (NEOWISE). Ele foi lançado em 2009 como WISE, para inicialmente procurar por objetos distantes da Terra. Em 2013, com um novo software, ele passou a buscar por objetos próximos à Terra potencialmente perigosos.

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O NEOWISE está previsto para funcionar apenas até 2024, e depois disso deveremos procurar por estes asteroides escondidos pelo Sol por observações feitas a partir da Terra, até que seus substitutos sejam lançados.

A NASA pretende, até 2027, lançar o NEO Surveyor, e a ESA, até 2030, o NEOMIR. Eles serão equipados com sensores infravermelhos e posicionamentos no primeiro ponto de Lagrange (L1), entre a Terra e o Sol. 

Juntos, eles irão investigar todo o céu e detectar objetos que ameacem a Terra, mesmo aqueles que estão escondidos sob o brilho do Sol. As estimativas são que apenas uma pequena porcentagem desses objetos continue indetectável. A ideia é que em casos de possíveis impactos, como o Chelyabinsk, na Rússia, os asteroides sejam detectados muito antes, até mesmo as pequenas rochas espaciais.