Um artigo publicado recentemente na revista Communications Earth & Environment revela uma descoberta revolucionária: rochas coletadas na Lua pela missão Apollo 17 contêm hidrogênio, o que abre caminho para possíveis aplicações vitais na exploração espacial.
O que você vai ler aqui:
- Em 1972, durante a sexta e última missão tripulada do Programa Apollo, da NASA, à Lua, foram coletadas algumas amostras de solo;
- Uma das rochas, a amostra 79221, foi analisada novamente há pouco tempo, em um estudo financiado pela NASA;
- Pela primeira vez, foi encontrado hidrogênio em uma rocha lunar.
De acordo com especialistas do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA (NRL), o achado foi obtido em uma nova análise da amostra 79221, trazida em 1972, pela sexta e última missão tripulada à Lua do Programa Apollo. Esta é a primeira vez que o elemento é confirmado em rochas lunares.
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Esta pesquisa, que foi patrocinada pela NASA, sugere a possibilidade de usar água lunar para sustentar a vida e como combustível para futuras missões espaciais.
O hidrogênio tem o potencial de ser um recurso que pode ser usado diretamente na superfície lunar quando há instalações mais regulares ou permanentes lá.
Katherine Burgess, geóloga do NRL e principal autora do estudo, em um comunicado.
“Localizar recursos e entender como coletá-los antes de chegar à Lua será incrivelmente valioso para a exploração espacial”, completou a cientista.
Minerar o gelo da Lua pode suprir astronautas e produzir combustível para foguetes
A NASA estima custos exorbitantes para enviar água à Lua, tornando a utilização do gelo lunar como fonte de água uma alternativa promissora para abastecer astronautas. Além disso, a divisão do gelo em hidrogênio e oxigênio poderá viabilizar o uso deste último como combustível para espaçonaves transitarem entre a Lua e a Terra – incluindo Marte, mais adiante.
Dados do telescópio aéreo SOFIA (sigla em inglês para Observatório Estratosférico Para Astronomia Infravermelha), desativado em 2020, revelaram a presença de água na Lua em forma de gelo distribuído por toda a superfície, não limitado a áreas sombreadas perto dos polos lunares, como se pensava anteriormente.
As implicações deste estudo recente vão além: as amostras de rochas lunares foram coletadas perto do equador lunar, não nos polos, onde muitos países planejam estabelecer bases de longo prazo. Isso indica que o hidrogênio pode ser mais difundido do que se imaginava, expandindo o escopo das possíveis áreas de exploração humana.
Somado a isso, vale lembrar que a missão lunar Chandrayaan-3, da Índia, identificou enxofre na superfície lunar, possivelmente em quantidades mais elevadas do que o previsto, sugerindo futuras aplicações na fabricação de baterias e infraestrutura na Lua.
Juntas, estas revelações apontam para um novo horizonte de descobertas e possibilidades na exploração espacial.