Um estudo recente revelou que receber pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 pode ser uma arma eficaz na luta contra o pós-covid, conhecido também por Covid longa.
Durante o acompanhamento de 589.722 adultos suecos entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2022, os pesquisadores observaram que os indivíduos vacinados tinham 58% menos probabilidade de receber um diagnóstico de Covid longa em comparação com os não imunizados.
Para quem tem pressa
- Os resultados do estudo, provenientes do projeto SCIFI-PEARL, indicam que a eficácia das vacinas não se limita apenas à prevenção da infecção aguda.
- Nesse sentido, apontam que as vacinas também desempenham um papel crucial na redução dos casos de Covid longa na população.
- Por outro lado, os não vacinados têm quase quatro vezes mais chances de serem diagnosticados com Covid longa em comparação com aqueles vacinados antes da infecção inicial.
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Como a pesquisa foi realizada
A pesquisa acompanhou os participantes desde o primeiro diagnóstico da doença. O período médio de acompanhamento foi de 129 dias para a população total do estudo, com duração de 197 dias para os vacinados e 112 dias para os não vacinados. Na análise, vários fatores foram considerados, por exemplo:
- Idade;
- Sexo;
- Condições de saúde preexistentes;
- Nível educacional;
- Situação profissional;
- Variante predominante do vírus no momento da infecção.
Durante o processo, 1.201 (0,4%) dos 299.692 indivíduos vacinados contra a Covid-19 foram diagnosticados com a condição pós-covid. Enquanto isso, 4.118 (1,4%) dos 290.030 indivíduos não vacinados receberam o diagnóstico de condição pós-covid no mesmo período.
Além disso, a eficácia da vacina aumentou com cada dose administrada antes da infecção, seguindo um efeito dose-resposta:
- A primeira dose reduziu o risco em 21%
- Duas doses reduziu em 59%
- Três ou mais doses em 73%.
Importância da vacinção
Os pesquisadores enfatizam que, embora a natureza observacional do estudo impeça conclusões definitivas sobre causalidade, os resultados reforçam a importância da vacinação primária contra a doença.
Os resultados deste estudo destacam a importância da cobertura completa da vacinação primária contra a COVID-19, não só para reduzir o risco de infecção aguda grave por COVID-19, mas também o fardo da condição pós-covid na população.
Autores do estudo ao jornal The BMJ.
Necessidade contínua de investigar os sintomas
Simultaneamente, em um editorial vinculado, os pesquisadores destacam a necessidade contínua de investigar os sintomas residuais de longo prazo da Covid-19 e de outras infecções virais.
Essas estimativas são fundamentais para desbloquear o financiamento necessário para pesquisas futuras e aumentar o investimento em serviços clínicos especializados que oferecem tratamento e reabilitação para apoiar pacientes com condições pós-virais.