Segundo indica o New York Times, o X (Twitter) pode perder até US$ 75 milhões em receita publicitária até o final do ano após a grande debandada de anunciantes na plataforma. Cálculo chega após o portal ter acesso a documentos internos que mostraram que mais de 200 empresas já deixaram a rede social.
O que aconteceu:
- Empresas e instituições estão pausando anúncios no X após um relatório do Media Matters for America, órgão de vigilância de mídia, mostrar que a publicidade da plataforma está sendo veiculada ao lado de posts antissemitas que elogiam a ideologia nazista e outros temas polêmicos;
- Entre as companhias que pausaram anúncios no X estão IBM, Apple, Disney, Paramount, Warner Bros, Sony, Lionsgate, Comcast e, a mais recente, Ubisoft — mas o NYT descobriu muitas outras que saíram sem alarde;
- A Apple e a Disney, segundo palavras de Elon Musk, CEO do X, eram os maiores anunciantes da plataforma;
- Algumas empresas também citaram a suspensão de anúncios com base em uma publicação de Musk no qual ele respondeu positivamente a teorias antissemitas violentas.
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De acordo com o NYT, que teve acesso a documentos internos do X, mais de 200 empresas suspenderam anúncios no X após a divulgação da pesquisa. Airbnb, Amazon, Coca-Cola e Microsoft estão entre elas. Há também uma lista com algumas que podem estar considerando a saída.
A empresa ainda não se pronunciou sobre o caso.
Crise com anunciantes
Com a crise instalada, Musk decidiu entrar com um processo contra a Media Matters acusando-a de “fabricar, de forma consciente e maliciosa, imagens retratando postagens de anunciantes na plataforma de mídia social X ao lado de conteúdo marginal neonazista”. A ação visa responsabilizar o órgão pela perda da plataforma.
Ao Engadget, a Media Matters chamou o processo de “frívolo” e uma clara tentativa de “intimidar os críticos do X e os silenciar”. O órgão se mostrou pronto para enfrentar a rede social no tribunal.
Vale lembrar que não é de hoje que o antigo Twitter enfrenta problemas na divisão de publicidade, setor mais lucrativo no ramo on-line.
Desde a aquisição por Musk, em novembro de 2022, o receio pela filosofia do bilionário de liberdade de expressão na rede social potencializou uma crise inicial de anúncios, gerando um declínio maior e mais rápido para a empresa.
Segundo a Reuters, a receita publicitária da plataforma nos EUA diminuiu pelo menos 55% ano a ano a cada mês desde a compra pelo empresário.