Se há algo universalmente apreciado, é a sensação revigorante de tomar algo gelado em um dia quente. No entanto, para muitas pessoas, essa experiência prazerosa pode ser abruptamente interrompida por uma dor de cabeça súbita e intensa.

Por que isso acontece? Por que a simples ação de consumir algo gelado rapidamente pode desencadear uma dor temporária, mas muitas vezes intensa, na cabeça? Vamos explorar as razões científicas por trás desse fenômeno, desvendando o mistério por trás da “dor de cabeça do sorvete”, também conhecido como “brain freeze”.

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O fenômeno da “Brain Freeze”

A dor de cabeça associada ao consumo rápido de algo gelado é frequentemente referida como “brain freeze” ou “ice cream headache” em inglês, ou simplesmente “dor de cabeça de sorvete” aqui no Brasil. Embora não seja um termo médico oficial, é uma descrição precisa da sensação aguda que muitas pessoas experimentam após tomar sorvetes, milkshakes ou outras bebidas geladas de forma precipitada.

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Mas você já parou para pensar o por que sentimos essa dor de cabeça tão abrupta pelo simples fato de consumirmos algo muito gelado? Todo o processo do “Brain Freeze” começa quando algo extremamente frio entra em contato com o palato, a parte superior da boca. Este é um local rico em vasos sanguíneos, conhecido como plexo coróideo. A súbita mudança de temperatura provoca a contração desses vasos sanguíneos, uma resposta do corpo para conservar o calor.

A contração dos vasos sanguíneos por sua vez desencadeia sinais de dor que são interpretados pelo cérebro, uma vez que podem representar algum perigo para nós e justamente por isso enviam tais sinais. No entanto, como o cérebro em si não possui receptores de dor, a sensação é “referida” para outra área, neste caso, a cabeça. Essa dor é o que sentimos como uma dor de cabeça aguda, intensa e repentina quando consumimos algo muito gelado.

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O papel da temperatura e da velocidade de consumo

A temperatura extrema do sorvete ou da bebida gelada é um fator-chave. Quando algo frio entra em contato com o palato, especialmente se consumido rapidamente, a resposta do corpo é mais intensa.

A rapidez com que consumimos algo gelado também desempenha um papel crucial. Se a ingestão for lenta e gradual, o corpo tem mais tempo para se ajustar à mudança de temperatura, reduzindo a intensidade da resposta vascular.

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Isso acontece como mencionado anteriormente, pois é uma forma do corpo nos indicar (ao cérebro) de que algo está errado e pode ser potencialmente perigoso para nossa integridade e a temperatura e velocidade do consumo podem desencadear isso de forma mais ou menos intensa.

Se algo muito gelado for consumido, mas de forma lenta e gradual, o corpo terá mais tempo para processar aquilo como algo inofensivo para nós, ou então caso o sorvete ou bebida não esteja tão gelado, não haverá a contração dos vasos e novamente, não haverá motivos para o corpo interpretar aquilo como algo perigoso.

É importante notar que nem todas as pessoas são igualmente sensíveis ao fenômeno da “brain freeze”. Algumas podem raramente experimentar isso, enquanto outras são mais propensas a sentirem essa dor de cabeça. A sensibilidade individual pode depender de fatores genéticos, de saúde bucal e até mesmo da quantidade de exposição prévia a temperaturas frias.

Como evitar essa dor de cabeça?

Como você deve ter percebido até aqui, é que apesar de bem incômoda, a causa do Brain Freeze é relativamente simples, ainda que por um sinal complexo de resistência e aviso do nosso corpo. Com isso em mente, é igualmente simples evitar a dor de cabeça causada por esse fenômeno:

  1. Consumo Mais Lento

A abordagem mais simples para evitar ou reduzir a dor de cabeça do sorvete é consumir alimentos gelados mais lentamente. Isso dá ao corpo mais tempo para se adaptar à mudança de temperatura, minimizando a resposta dos vasos sanguíneos.

  1. Mudança na forma de consumir

Outra estratégia é alterar a forma como consumimos alimentos gelados. Em vez de levar grandes colheradas de sorvete rapidamente, tente saborear lentamente, permitindo que a boca se acostume gradualmente à temperatura fria.

  1. Aquecimento do palato

Se você já está no meio de uma “brain freeze”, tentar aquecer o palato pode ajudar. Pressionar a língua contra o céu da boca pode proporcionar alívio ao restaurar a temperatura normal.

  1. Hidratação adequada

Manter-se hidratado pode ser uma medida preventiva eficaz. A desidratação pode aumentar a sensibilidade ao frio, tornando mais provável a ocorrência de dores de cabeça associadas ao consumo de alimentos gelados.

Em suma, a “brain freeze” é um fenômeno temporário, mas desconfortável, que ocorre devido à resposta do corpo a uma mudança brusca de temperatura no palato. Compreender os mecanismos por trás desse fenômeno permite que as pessoas adotem estratégias simples para evitar ou reduzir a intensidade da dor de cabeça associada ao consumo rápido de alimentos gelados. Portanto, da próxima vez que você estiver saboreando um sorvete em um dia quente, lembre-se de aproveitar cada colherada com moderação para evitar o desconforto passageiro, mas muitas vezes intenso, da “brain freeze”.