A mesma previsão que indicou uma queda mundial na venda de veículos elétricos pode ser a base para outro prognóstico no mercado da Europa: o crescimento das vendas de EVs menores e mais baratos. De acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), a União Europeia pode registar um aumento de 40% na participação de mercado graças a uma enxurrada de novos modelos acessíveis.
O que você precisa saber:
- A ACEA representa os 14 principais fabricantes de automóveis sediados na Europa e é liderada por Luca de Meo, CEO do Grupo Renault;
- Segundo a organização, um novo lançamento de BEVs acessíveis irá aumentar a quota de EVs na Europa;
- Modelos menores, como o Renault 5, Citroen Ami, Twingo e VW Polo devem atrair consumidores devido ao baixo preço, aumentando a demanda e esquentando o mercado, segundo análise;
- As previsões incluem ainda recomendações políticas para os próximos cinco anos (2024-2029), com destaque para as regulamentações.
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Segundo a ACEA, a indústria enfrenta agora oito ou nove regulamentações europeias que entrarão em vigor até 2030. Com isso, o documento oferece estratégias tanto para reduzir a chegada de novas regras, cada vez mais restritas, como para desenvolver cadeias de abastecimento.
Conforme divulgado pela Electrek, a associação pede também que a velocidade de instalação dos postos de carregamento seja multiplicada por um fator de 7 a 10.
Nosso setor está passando pela maior transformação em mais de um século. Não há dúvidas para nós sobre a necessidade de descarbonizar. Estamos investindo bilhões para que isso aconteça — muito mais do que qualquer outro setor. Teremos altos e baixos nos veículos elétricos, mas, a longo prazo, não há caminho de volta porque está escrito nas regras.
Luca de Meo, CEO do Grupo Renault e líder da ACEA.
Queda na venda de elétricos
Apesar do sucesso no mercado de elétricos — vendas globais bateram recordes em setembro deste ano, segundo o EV-Volumes — uma pesquisa de mercado da TrendForce mostrou recentemente que esse pico de sucesso, influenciado pela pandemia da Covid-19, está começando a cair.
Conforme os dados, a redução da demanda já levou a um declínio de 10% nos preços das baterias utilizadas nos veículos, e uma queda adicional deve ocorrer ao longo do ano, afetando o preço final dos elétricos.
O estudo salientou ainda que, apesar de o mercado sentir queda nas vendas, o efeito dominó que já afeta o preço das baterias ajudará a indústria a acalmar a guerra de preços iniciada pela Tesla em janeiro deste ano. Isso significa que os valores devem se igualar, o que pode aquecer a procura.