Após uma batalha judicial que reverteu cerca de 1.200 demissões nas fábricas da General Motors no estado de São Paulo, a montadora inicia hoje um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com a meta de desligar um número semelhante de trabalhadores nessas unidades.

O PDV, em vigor até 12 de dezembro, foi acordado com os sindicatos das fábricas, que aprovaram o programa na última sexta-feira, agregando benefícios além das verbas rescisórias previstas em lei.

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Para reverter as demissões nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, os funcionários da GM ficaram em greve por 17 dias, suspendendo-a somente em 8 de novembro, após a montadora concordar em pagar os dias parados e oferecer licença remunerada para os demitidos.

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Segundo o UOL Carros, os sindicatos revelaram que a General Motors visa desligar aproximadamente 840 dos 4.000 trabalhadores em São José dos Campos, 290 dos 4.300 funcionários em São Caetano do Sul e 95 dos 480 empregados em Mogi das Cruzes.

O Programa de Demissão Voluntária da General Motors

  • O PDV oferece benefícios além das verbas rescisórias, incluindo um carro zero-quilômetro. As condições são as mesmas para todas as fábricas, abrangendo tanto os funcionários cujas demissões foram suspensas quanto os que estão em atividade.
  • Os benefícios variam de acordo com o tempo de serviço na empresa:
    • Para trabalhadores com um a seis anos de empresa: seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil, plano médico por três meses ou R$ 6.000.
    • Para trabalhadores com sete anos ou mais de empresa: cinco meses de salário, um Chevrolet Onix Hatch LS ou R$ 85 mil, plano médico por seis meses ou R$ 12 mil.
  • Além disso, aqueles que não aderirem ao PDV terão estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024.
  • Cada adesão de um trabalhador ativo na fábrica resultará no retorno de outro trabalhador em licença remunerada.
  • Há também uma compensação de 50% até 30 de junho de 2024 em relação aos dias parados durante a greve.

Comentários de sindicatos e da GM

Apesar da aprovação do PDV pelos sindicatos, alguns líderes sindicais afirmam que essa não é uma solução definitiva para a preservação dos empregos.

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O Sindicato é contra qualquer fechamento de postos de trabalho, mas o PDV já era uma pauta nossa como alternativa às demissões arbitrárias que chegaram a ser feitas pela GM. O PDV, entretanto, não coloca um ponto final na luta em defesa dos empregos. Estaremos atentos a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes. Combatemos de forma permanente toda medida que seja prejudicial aos trabalhadores.

Renato Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

A proposta que resultou em acordo e construída com muita discussão entre as partes possui um caráter positivo diante da atual conjuntura econômica e que, diferentemente da proposta anterior de PDV feita pela empresa, o acordo aprovado resultou em uma série de benefícios em termos econômicos, com destaque para a estabilidade de 05 meses aos que permanecerem na empresa.

Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul

Os trabalhadores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes também aprovaram o PVD em assembleia, com votação unânime.

A General Motors justifica as demissões pela queda nas vendas e exportações de veículos. Em nota, a empresa afirma que “os empregados da General Motors das fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes aceitaram a proposta da empresa de um programa de desligamento voluntário, após assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos das respectivas unidades”.