Representação em 3D do parasite que causa a leishmaniose. Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock
Cerca de um milhão de pessoas sofrem de uma doença parasitária conhecida como leishmaniose cutânea todos os anos, mas algumas delas não sentem dor com as feridas. Pesquisadores ficaram intrigados porque alguns dos pacientes estavam dessensibilizados. Finalmente, eles têm hipóteses para o que torna a doença indolor para algumas pessoas — e a causa pode ser o próprio parasita.
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A Leishmaniose cutânea, também conhecida como Tegumentar, é uma doença infecciosa e não contagiosa que causa úlceras na pele. De acordo com o Ministério da Saúde, ela é causada por um protozoário do gênero Leishmania e transmitida aos humanos pela picada das fêmeas de uma espécie de mosca, quando infectada.
No entanto, para algumas pessoas, as feridas na pele são indolores, o que intriga cientistas.
A pesquisa concluiu que as citocinas podem não ser as únicas responsáveis por controlar a dor no caso da Leishmaniose cutânea.
Isso os leva a pensar que o parasita pode estar criando um ambiente de produção de potenciais analgésicos naturais, algo que deve ser mais estudado após a pesquisa.
Se estudos futuros descobrirem exatamente como essas vias de sinalização da dor são bloqueadas, então poderão ser desenvolvidos tipos inteiramente novos de medicamentos analgésicos — medicamentos que bloqueiam a dor diretamente no local de uma ferida, em oposição aos atuais medicamentos à base de opioides, que funcionam em várias partes do cérebro.
Com base nos nossos dados, algo que os parasitas fazem desencadeia vias que suprimem a dor (…) Como eles fazem isso, ainda estamos investigando. Nossa hipótese é que quaisquer moléculas que a presença do parasita esteja produzindo poderiam ser potenciais analgésicos para outros problemas de saúde.
Abhay Satoskar, autor sênior do estudo
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de dezembro de 2023 20:06