Se tem uma coisa que não falta na natureza são as cores. Animais, plantas e fungos nascem e crescem com as mais diversas formas e tonalidades. Mas, o mecanismo que regula essa variedade muda de espécie para espécie. Vamos entender como os animais ganham manchas e listras?

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A multitude de cores e padrões distribuídos na enorme variedade de animais do nosso planeta é um fenômeno bastante complexo. Totalmente relacionadas com a adaptação evolutiva, essas características distintas desempenham papéis diversos, muitas vezes interligados, na vida dos animais – seja como forma de camuflagem, seja como comunicação entre as espécies.

Um tigre, por exemplo, usa suas listras para se camuflar na vegetação das florestas onde habita, já um camaleão adapta a tonalidade de sua pele conforme o ambiente onde se encontra.

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Em outros casos, as cores e padrões podem ser usados para mandar um aviso para possíveis predadores. Animais com manchas e listras em cores vibrantes como vermelho e laranja são frequentemente usadas como alerta de que aquele animal é venenoso e não deve ser comido.

Mas, as cores fortes também podem ser usadas como ferramenta de acasalamento. Em muitas espécies de aves, os machos possuem cores vibrantes para atrair as fêmeas. Os pavões machos não só possuem cores vibrantes, mas penas que se desenvolvem especialmente com esse intuito.

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A onça-pintada é um dos animais em risco de extinção
A onça-pintada é um dos animais em risco de extinção (Credito: Mark Green/ Shutterstock)

Da mesma forma, algumas espécies de peixes tropicais utilizam cores intensas para indicar domínio territorial ou para intimidar rivais. Os salmões vermelhos, só ganham a tonalidade que os batiza quando sobem os rios da América do Norte para acasalar. Os machos modificam inclusive o formato da cabeça com o intuito de parecerem mais atraentes para as fêmeas.

Qual é a origem das listras e manchas nos animais?

Mas, o que faz os animais ganharem manchas e listras? A ciência ainda discute bastante quais mecanismos regulam a variedade de cores e formas nas diferentes espécies. Vários animais mudam de cores em alguma fase específica da vida, outros nascem com uma cor, mas durante estações do ano mudam a pelagem conforme o ambiente a sua volta. Contudo, o consenso é de que a seleção natural é quem rege esses processos na natureza. A expressão física de diferenças genéticas na biologia é chamada de fenótipo.

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As diversas expressões fenotípicas nos animais mamíferos são reguladas por diversos fatores. Entre eles, variações genéticas, hormonais, evolutivas e ambientais. Genes específicos geram a produção de melanina em pontos específicos do corpo dos animais, criando as manchas e listras características de cada espécie. Já os hormônios, afetam a expressão durante o ciclo reprodutivo e desenvolvimento fetal.

Charles Darwin propôs que uma das ferramentas da evolução era, na verdade, a seleção sexual. Não apenas bastava o animal ser melhor adaptado ao ambiente em que vive, ele também precisaria possuir características que aumentassem a atração do sexo oposto. Darwin estabeleceu dois mecanismos que regulam a padronização de plumas e pelos em diversas espécies.

A primeira, seria a competição intra-sexual, onde membros do mesmo sexo competem entre si pelo mesmo parceiro sexual; enquanto na inter-sexual, um sexo escolhe parceiros com base em características específicas. Em ambos os casos, a disputa por parceiros impulsiona ao surgimento de manchas e listras diferentes nos animais, já que cores específicas indicariam boa saúde ou maior capacidade de lutar contra predadores.

Na verdade, cada espécie possui seu próprio padrão de beleza, que se modifica conforme a história evolutiva da espécie. Seja para ajudar as presas a fugir de predadores, seja ajudando caçadores a camuflar a presença dele ou, simplesmente, embelezando um candidato a parceiro sexual, a natureza sabe como dar um espetáculo de cores e padrões.