Mar de Santos pode abrigar animais ainda desconhecidos

Pesquisadores acreditam que formações rochosas podem abrigar espécies desconhecidas de animais marinhos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 08/12/2023 15h30
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O modelo de resolução ultra-alta da China atua como um "microscópio oceânico", melhorando as previsões de tufões, ondas de calor e inundações. Crédito: Rich Carey - Shutterstock
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Pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e de instituições parceiras identificaram a existência de grandes formações rochosas na costa de Santos, no litoral de São Paulo. Essas estruturas podem abrigar comunidades marinhas ainda desconhecidas pela ciência.

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Formações rochosas foram encontradas na costa de Santos

  • A equipe de cientistas realizou uma expedição de 17 dias na costa de Santos em dezembro de 2022 a bordo do navio Vital de Oliveira, operado pela Marinha do Brasil.
  • O objetivo da viagem era testar um método de coleta de dados no Atlântico Sul para avaliar a saúde dos ecossistemas de águas profundas em toda a extensão do oceano.
  • As formações rochosas têm de quatro a onze quilômetros e foram localizadas a partir do uso de uma ecossonda, equipamento de alta resolução usado para mapear o leito dos oceanos.
  • A tecnologia permite coletar dados de temperatura, sedimentos e imagens de habitats e organismos que vivem abaixo dos sedimentos no fundo do mar.
  • Todas essas informações foram divulgadas na revista científica Ocean and Coastal Resarch.
  • As informações são da Agência BORI.

Importância da descoberta

No caso da costa de Santos, foi possível visualizar habitats e comunidades de animais do fundo do mar, adicionando novos elementos para a sua caracterização.

A partir do mapeamento de fundo localizamos estruturas com origem geológica incerta, que podem abrigar comunidades biológicas desconhecidas até o momento.

José Angel Perez, pesquisador da Univali e autor do estudo

A escolha do local foi estratégica, uma vez que seu ambiente é altamente pressionado por atividades humanas. As análises permitiram visualizar, por exemplo, marcas no fundo do mar deixadas pela pesca de arrasto.

O estudo delas podem permitir estimativas sobre quanto tempo o ecossistema leva para se recompor, além de colaborar com o desenvolvimento de estratégias de monitoramento da atividade.

Além disso, os resultados são importantes para que se possa construir um futuro mais sustentável para o oceano. Os cientistas esperam realizaram novas expedições nos próximos anos para mapear a vida marinha do local.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.