Cientistas alertaram recentemente que o mundo está se aproximando de cinco pontos críticos de não retorno que podem levar a catástrofes ambientais irreversíveis. O estudo, conduzido pela Universidade de Exeter (Inglaterra) e financiado pelo Fundo Bezos Earth, do bilionário Jeff Bezos, enfatiza que mudanças climáticas são um fator chave nesses eventos possíveis.

Para quem tem pressa:

  • Cientistas, em um estudo financiado pelo Fundo Bezos Earth e conduzido pela Universidade de Exeter, alertaram que o mundo está se aproximando de cinco pontos críticos de não retorno que podem causar catástrofes ambientais irreversíveis, com o aquecimento global sendo um fator chave;
  • Os sistemas identificados como os mais em risco são os corais de águas quentes, o manto de gelo da Groenlândia, o manto de gelo da Antártida Ocidental, o permafrost do Ártico e a Circulação do Atlântico Norte, com 26 pontos de inflexão no total identificados no estudo;
  • Os recifes de corais estão enfrentando branqueamento devido ao aumento da temperatura da água e acidificação dos oceanos. Além disso, o aquecimento global está desacelerando a circulação termohalina do oceano, afetando o clima global;
  • O derretimento do manto de gelo, tanto na Groenlândia quanto na Antártida Ocidental, está contribuindo para o aumento do nível do mar. O derretimento do permafrost do Ártico também está liberando gases de efeito estufa, acelerando o aquecimento global;
  • A redução global das emissões de gases de efeito estufa é crucial para limitar o aquecimento global e evitar o descongelamento do permafrost. Ações preventivas são necessárias para mitigar danos e mudanças irreversíveis nos ecossistemas únicos do planeta.

Os cinco sistemas em risco são os corais de águas quentes, o manto de gelo da Groenlândia, o manto de gelo da Antártida Ocidental, o permafrost do Ártico e a Circulação do Atlântico Norte. O relatório identifica 26 pontos de inflexão, mas considera esses cinco como os mais dramáticos.

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Esses pontos de inflexão representam uma ‘ameaça para a humanidade de uma magnitude sem precedentes.

Tim Lenton, líder do estudo e especialista em sistemas terrestres na Universidade de Exeter, em entrevista à AFP

Mudanças climáticas: sistemas em risco

Planeta Terra visto do espaço
(Imagem: buradaki/Shutterstock)

Os recifes de corais de águas quentes estão entre os ecossistemas mais sensíveis às mudanças climáticas. O aumento da temperatura da água e a acidificação dos oceanos têm causado eventos de branqueamento, colocando em risco a saúde dos recifes. De acordo com um estudo de 2020, cerca de 14% dos recifes de coral do mundo foram perdidos desde 2009.

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O aquecimento global também afeta a circulação termohalina do oceano, um distribuidor de calor global. O aquecimento dos oceanos desacelera essa circulação, impactando o clima global. Estudos indicam uma desaceleração de 15% nas correntes atlânticas desde meados do século 20.

A única maneira de evitar a paralisação do sistema de correntes é reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. Essas correntes influenciam o clima global, e mudanças significativas nelas podem ter efeitos climáticos extensos.

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O derretimento do manto de gelo da Groenlândia é um processo chave no aumento do nível do mar e está acelerando devido ao aquecimento global. A exposição de rochas escuras, que absorvem mais calor, amplifica o processo de derretimento. A desintegração do manto de gelo pode impactar a Circulação Meridional Atlântica e intensificar o fenômeno El Niño.

A situação na Antártida é similar, com um derretimento acelerado do gelo, especialmente na Antártida Ocidental. O aquecimento do Oceano Austral está contribuindo para esse processo, que também tem consequências globais.

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O permafrost do Ártico, uma camada de solo congelado, armazena uma quantidade significativa de carbono. O aquecimento global está fazendo com que as temperaturas do permafrost subam mais rapidamente do que a temperatura do ar, levando ao seu derretimento e à liberação de gases de efeito estufa.

Reduzir globalmente as emissões de gases de efeito estufa é a abordagem mais eficaz para limitar o aquecimento global e, consequentemente, o descongelamento do permafrost. Ações preventivas são essenciais para mitigar os danos e mudanças irreversíveis nos ecossistemas únicos do mundo.