(Imagem: Bernhard Staehli/Shutterstock)
Cientistas alertaram recentemente que o mundo está se aproximando de cinco pontos críticos de não retorno que podem levar a catástrofes ambientais irreversíveis. O estudo, conduzido pela Universidade de Exeter (Inglaterra) e financiado pelo Fundo Bezos Earth, do bilionário Jeff Bezos, enfatiza que mudanças climáticas são um fator chave nesses eventos possíveis.
Os cinco sistemas em risco são os corais de águas quentes, o manto de gelo da Groenlândia, o manto de gelo da Antártida Ocidental, o permafrost do Ártico e a Circulação do Atlântico Norte. O relatório identifica 26 pontos de inflexão, mas considera esses cinco como os mais dramáticos.
Leia mais:
Esses pontos de inflexão representam uma ‘ameaça para a humanidade de uma magnitude sem precedentes.
Tim Lenton, líder do estudo e especialista em sistemas terrestres na Universidade de Exeter, em entrevista à AFP
Os recifes de corais de águas quentes estão entre os ecossistemas mais sensíveis às mudanças climáticas. O aumento da temperatura da água e a acidificação dos oceanos têm causado eventos de branqueamento, colocando em risco a saúde dos recifes. De acordo com um estudo de 2020, cerca de 14% dos recifes de coral do mundo foram perdidos desde 2009.
O aquecimento global também afeta a circulação termohalina do oceano, um distribuidor de calor global. O aquecimento dos oceanos desacelera essa circulação, impactando o clima global. Estudos indicam uma desaceleração de 15% nas correntes atlânticas desde meados do século 20.
A única maneira de evitar a paralisação do sistema de correntes é reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. Essas correntes influenciam o clima global, e mudanças significativas nelas podem ter efeitos climáticos extensos.
O derretimento do manto de gelo da Groenlândia é um processo chave no aumento do nível do mar e está acelerando devido ao aquecimento global. A exposição de rochas escuras, que absorvem mais calor, amplifica o processo de derretimento. A desintegração do manto de gelo pode impactar a Circulação Meridional Atlântica e intensificar o fenômeno El Niño.
A situação na Antártida é similar, com um derretimento acelerado do gelo, especialmente na Antártida Ocidental. O aquecimento do Oceano Austral está contribuindo para esse processo, que também tem consequências globais.
O permafrost do Ártico, uma camada de solo congelado, armazena uma quantidade significativa de carbono. O aquecimento global está fazendo com que as temperaturas do permafrost subam mais rapidamente do que a temperatura do ar, levando ao seu derretimento e à liberação de gases de efeito estufa.
Reduzir globalmente as emissões de gases de efeito estufa é a abordagem mais eficaz para limitar o aquecimento global e, consequentemente, o descongelamento do permafrost. Ações preventivas são essenciais para mitigar os danos e mudanças irreversíveis nos ecossistemas únicos do mundo.
Esta post foi modificado pela última vez em 9 de dezembro de 2023 11:09