Quais os principais riscos na internet em 2024? Hackers respondem

Com a inteligência artificial em alta, alguns golpes estão mais sofisticados. Todo cuidado com seus dados é pouco
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 10/12/2023 07h00
smartphone celular segurança
(Imagem: Tero Vesalainen/Shutterstock)
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Por Marijus Briedis, CTO da NordVPN

Na busca pelos principais perigos digitais enfrentados pelos usuários da internet, especialistas em cibersegurança decidiram direcionar esforços para o epicentro de discussões obscuras no universo on-line: os fóruns da dark web. As descobertas resultantes revelam aspectos interessantes, desde cursos de hacking até vazamento de nudes e o uso de inteligência artificial em golpes. Ou seja, uma gama variada de ameaças está em ascensão. É um cenário que reforça a necessidade de maior atenção à segurança, uma vez que os desafios são diversificados e impactam diretamente a experiência dos usuários.

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Nudes vazados e deepfake que simulam pessoas nuas

  • Os tópicos mais comentados em fóruns na dark web são os nudes vazados de sites como OnlyFans e até mesmo de redes sociais como o Instagram.
  • Essas conversas receberam em média 1.850 comentários. Portanto, todo cuidado com fotos íntimas na internet é pouco. A tendência no próximo ano é vermos ainda mais ataques nesse sentido.
  • Outro caminho que os criminosos podem seguir é o uso da IA ou tecnologia deepfake para criar nus falsos e enganar potenciais compradores.
  • Para evitar o vazamento de fotos na web, a solução é drástica: recomenda-se não enviar imagens pelas redes sociais. Contudo, para quem ainda optar por persistir com a prática, o ideal é usar soluções em nuvem criptografadas ao compartilhar os arquivos.
Hacker de costas rodeado por equipamentos
(Imagem: Wikimedia Commons)

Golpes estarão mais sofisticados com uso de IA

Contas invadidas no ChatGPT e guias explicativos sobre a utilização de IA em ataques cibernéticos estão se tornando cada vez mais populares. Os alvos dos hackers ainda vão além dos usuários de IA; os criminosos digitais também estão incorporando a ferramenta para ampliar a abrangência e simplificar o processo, tornando suas ações mais ágeis e eficientes.

O crescente uso de plataformas de inteligência artificial está tornando a automação de ataques de phishing mais acessível. Os especialistas recomendam aos usuários utilizar extensões de navegadores projetadas especificamente para evitar golpes do tipo, visando maior proteção on-line.

Apple hackers
(Imagem: Martin Grincevschi / Shutterstock)

Atenção aos dados divulgados na internet

Além do risco relacionado a fotos comprometedoras, há uma crescente preocupação com a possibilidade de dados sensíveis circularem ainda mais entre cibercriminosos no próximo ano. De acordo com pesquisadores, 55% dos tópicos de discussão na deep web estão centrados em informações vazadas de clientes, como perfis em mídias sociais, carteiras de motorista, endereços, e-mails, entre outras. A busca incessante dos hackers por informações vulneráveis indica que nenhum usuário está imune a potenciais golpes.

O recurso mais indicado para que os internautas protejam seus dados on-line é a autenticação multifator. Vale ressaltar que, apesar da crescente implementação da tecnologia biométrica em várias plataformas de segurança, o levantamento indica que hackers já encontraram maneiras de contornar alguns métodos, como a verificação por selfie em plataformas criptográficas. A autenticação biométrica, apesar de ser considerada uma parte do futuro da segurança on-line por especialistas, é vista como mais confiável apenas quando combinada com outros fatores.

Recentemente, a tecnologia de chaves de acesso também tem se destacado como um desenvolvimento promissor, consistindo em um par de chaves (pública e privada) que, interdependentes, oferecem proteção adicional. A chave privada, vinculada ao dispositivo, requer identificação biométrica ou um PIN para acesso, tornando-a mais robusta contra ameaças cibernéticas.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.