Fenômeno em que luzes com cores vibrantes dançam no céu, a aurora boreal é um dos mais belos e misteriosos espetáculos naturais existentes. 

Mas o que está por trás desse show de cores hipnóticas e deslumbrantes? A seguir, vamos explorar sobre as auroras boreais.

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O que é aurora boreal? 

Fenômeno óptico que ocorre em latitudes elevadas do hemisfério norte, a aurora boreal é frequentemente visível a olho nu e é avistada nos céus noturnos. 

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Esse espetáculo visual envolve a emissão de luz em diversas cores visíveis em uma variedade de formas em constante mudança. As auroras podem se manifestar como faixas que se dobram, semelhantes a uma cortina estendida horizontalmente, ou como longos arcos estreitos de luz.

Imagem incrível de um SAR registrada or fotógrafo em Nova York. Crédito: James Perez-Rogers via Spaceweather.com

Apesar de geralmente apresentarem uma cor esverdeada leitosa, as auroras também podem exibir tons de vermelho, azul, violeta e rosa. 

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Sua manifestação ocorre devido à interação entre partículas carregadas do vento solar e os gases presentes na atmosfera terrestre. Mas como esse processo ocorre?

Como ocorre a aurora boreal?  

O Sol emite continuamente partículas carregadas, principalmente elétrons e prótons, formando o que conhecemos como vento solar. Esse vento solar é uma corrente de partículas energizadas que se espalha em todas as direções a partir da coroa solar, a camada externa do Sol.

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Essas partículas são liberadas devido à alta temperatura e intensidade das atividades na coroa solar, movendo-se em alta velocidade e afetando o ambiente espacial ao redor.

Por outro lado, nosso planeta Terra possui um campo magnético que o envolve, estendendo-se pelo espaço e criando um escudo protetor chamado magnetosfera. Essa região é crucial, pois nos protege das partículas solares.

A magnetosfera desvia a maioria dessas partículas, embora algumas consigam penetrar na atmosfera terrestre ao seguir as linhas magnéticas, especialmente nas regiões polares.

O astrofotógrafo Stuart Atkinson capturou esta imagem da aurora boreal no parque natural Lake District, no Reino Unido. (Crédito da imagem: Stuart Atkinson)

Ao atingir a atmosfera terrestre nas regiões polares, as partículas carregadas, constituídas principalmente de elétrons, interagem com os gases atmosféricos, como o oxigênio e o nitrogênio. Essa interação provoca a excitação dos átomos e moléculas na atmosfera para estados de energia mais altos.

Quando átomos e moléculas excitadas retornam aos seus níveis de energia mais baixos ou ao estado fundamental, liberam fótons, que são pequenas explosões de energia na forma de luz visível. A percepção visual dessas emissões de luz é o fenômeno que conhecemos como auroras.

As diferentes cores das auroras dependem dos tipos de gases atmosféricos – oxigênio ou nitrogênio – envolvidos na interação. A cor também varia com base na velocidade dos elétrons ou na quantidade de energia que possuem durante suas interações. 

O oxigênio, por exemplo, geralmente emite luz verde (em interação com elétrons de alta energia) e vermelha (elétrons com baixa energia), enquanto o nitrogênio emite luz azul, rosa ou violeta.

Há ainda também a aurora austral. Mas qual será a diferença entre as duas?

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Imagem: Fotografia da aurora australis feita da Estação Espacial Internacional (ISS). Créditos: Samantha Cristoforetti/Twitter

Qual a diferença entre aurora boreal e aurora austral?

A principal distinção entre a aurora boreal e a aurora austral reside na sua localização geográfica. As auroras boreais ocorrem em latitudes do hemisfério norte, enquanto as auroras austrais ocorrem em latitudes do hemisfério sul. Apesar dessa diferença, a causa de ambos os fenômenos é a mesma. As explicações anteriores sobre como a aurora boreal se manifesta também se aplicam à aurora austral.

Quais países têm aurora boreal? 

As duas áreas de maior ocorrência de auroras estão situadas em torno dos pólos magnéticos da Terra, formando anéis conhecidos como ovais aurorais.

Assim, os locais mais propícios para testemunhar uma aurora boreal são aqueles localizados na região do oval auroral do hemisfério norte. Essa área engloba o centro do Alasca e Canadá, Groenlândia, norte da Escandinávia e Rússia.

Para presenciar uma aurora austral, o oval auroral do hemisfério sul abrange os oceanos ao redor da Antártica, podendo ocasionalmente alcançar as bordas mais remotas da Nova Zelândia, Chile e Austrália.

Imagem: PaoloBruschi – Shutterstock

No entanto, mesmo que as auroras sejam mais frequentes nessas regiões de latitudes extremas, também é possível avistá-las em latitudes mais baixas em circunstâncias mais excepcionais. Isso ocorre durante eventos solares intensos, nos quais a atividade solar é amplificada, resultando em um aumento do vento solar e das partículas carregadas que atingem a Terra.

É crucial observar que fatores como condições climáticas, atividade solar e outros elementos podem influenciar a visibilidade das auroras em um local e momento específicos. Portanto, mesmo estando em uma região dentro do oval auroral, não há garantia de avistar uma aurora em todas as ocasiões.