Uma equipe de pesquisadores investigou quais mensagens devem ser enviadas no próximo disco de ouro a ser lançado para fora do Sistema Solar. A ideia é atualizar os registros da Terra e da humanidade enviados nas missões Voyager 1 e 2.
O artigo foi recentemente publicado na revista AGU Earth and Space Science e liderado por Jonathan Jiang, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Para definir o que registrar no próximo disco de ouro, ele e sua equipe discutiram quem seria o destinatário da mensagem e o quão avançado eles podem ser.
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Sondas Voyager e suas mensagens
As sondas Voyager foram lançadas em 1977 e fizeram um tour por Júpiter, Saturno, Netuno e Urano, além dos seus anéis e 48 das luas desses planetas. Depois disso elas seguiram para fora do Sistema Solar para uma viagem interminável pelo cosmos. Durante todo esse percursos elas estão carregando Discos de Ouro que contêm informações sobre a vida na Terra. Neles é possível encontrar:
- Sons naturais do clima e da vida selvagem na Terra;
- Humanos falando em 55 idiomas diferentes e músicas de diferentes culturas e épocas;
- Mensagens impressas de líderes políticos da época;
- Imagens informativas, que incluem definições matemáticas, animais, plantas, ilustrações do DNA e da anatomia humana etc.
Essas informações contidas nos discos tem o objetivo de mostrar um retrato da Terra e da civilização humana para quem quer que seja que as encontre, mas, além disso, também mostra o nosso desejo em estabelecer contato com civilizações alienígenas avançadas.
Para construir essas informações foi preciso considerar que elas pudessem ser universalmente compreendidas. No entanto, ainda, sim, foi pressuposto que a inteligência alienígena que a recebesse possuísse pelo menos alguns aspectos semelhantes a nós.
É inteiramente possível que conceitos como “civilização” possam não se aplicar de forma significativa a uma inteligência alienígena, mas para prosseguir, é necessário assumir uma inteligência alienígena que será de alguma forma semelhante a nós e que possa fazer sentido de nossas tentativas de comunicação.
Trecho do artigo
Novos discos de ouro
No novo estudo, os pesquisadores apontaram porque deveremos continuar enviando essas mensagens para o espaço e o que as aguardam, desde a interceptação por uma inteligência altamente avançada, até simplesmente não encontrar ninguém em sua jornada eterna. Mas a discussão principal foi: o que deveria ser colocado nesses novos discos de ouro?
É apontado que o conteúdo dos discos da Voyager 1 e 2 foi muito bem pensado. Assim, as novas mensagens poderiam ser atualizações que refletissem as tecnologias e os tempos atuais.
Os pesquisadores sugerem que a mensagem seja dividida em duas partes. A primeira seria destinada a civilizações inteligentes menos avançadas, contendo imagens e ilustrações com informações básicas da Terra e da Humanidade. A outra seria um microcomputador, carregando uma grande quantidade de conteúdo digital, destinada a inteligências mais avançadas.
O conteúdo dos novos discos de ouro deve se orientar em três ideias. A primeira é a origem do registro, onde os pesquisadores sugerem enviar imagens com os pontos mais brilhantes da galáxia e onde estamos em relação a eles, além do momento em que a mensagem foi enviada. A segunda ideia é responder quem enviou a mensagem e a terceira quais informações devem detalhar a nossa natureza.
Essa última ideia é a que mais gera discussão. Os pesquisadores acreditam que é preciso incluir a história da vida na Terra e como a evolução construiu a nós e à nossa civilização, incluindo “nossas conquistas científicas, como a divisão do átomo e a exploração do espaço, juntamente com exemplos de uma ampla gama de culturas e conhecimentos que compõem a complexa tapeçaria humana”. Mas também apontam, que é preciso mostrar um pouco da desolação que a humanidade é capaz de causar a si, como as guerras, algo que não foi incluído nas últimas mensagens enviadas para o cosmo.
Além disso, os pesquisadores pontuam que também é necessário que as mensagens dos discos olhem para o nosso futuro e o que podemos nos tornar, isso porque pode ser que quando elas cheguem a alguém, talvez não estejamos mais aqui.
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