Há quase um ano, em 26 de dezembro de 2022, um vento solar duplo atingiu Marte, criando um vazio que fez a atmosfera marciana aumentar drasticamente. Esse evento foi detectado pela espaçonave MAVEN, localizada na órbita do planeta, e denota a importância de enviarmos sondas para outros mundos.

Para quem tem pressa:

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  • Os ventos solares atingem todos os objetos do sistema solar e podem ser mais fortes ou mais fracos;
  • Em Marte, um vento solar duplo atingiu a ionosfera e seu fraco campo magnético;
  • Como resultado, a ionosfera e o campo magnético expandiram drasticamente, como se a atmosfera estivesse sendo desamarrada de um corset.

Ventos solares

Os ventos solares são mais ou menos uma constante do Sistema Solar e atingem todos os planetas e objetos dele. O Sol está sempre emitindo partículas carregadas em todas as direções, criando pressão no ambiente. O vento enfraquece com a distância e eventualmente para quando chega no meio interestelar, na heliopausa.

A força de um vento solar pode acabar variando de acordo com a atividade do Sol, de forma que uma região onde o campo magnético solar foi enfraquecido, pode acabar liberando partículas mais fortes e em maior quantidade.

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Aumento da atmosfera marciana

O que aconteceu em Marte no ano passado consistia em dois ventos, um mais lento, e um segundo mais rápido e mais forte vindo atrás que varreu o primeiro antes de continuar seu caminho em um supervento.

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A espaçonave MAVEN detectou a maior densidade de partículas carregadas e logo em seguida observou uma queda significativa na densidade, o que formou um vazio com ventos solares extremamente fracos e pouco densos, e uma queda na pressão do ambiente.

E foi aí que a atmosfera marciana reagiu. A ionosfera e o fraco campo magnético induzido de Marte expandiram cerca de milhares de quilômetros, mais do que triplicando de tamanho. Além disso, o campo magnético foi desmagnetizado, deixando a camada entre ele e o vento solar mais calma.

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Os pesquisadores apontam que essa descoberta pode ajudar a descobrir como se dá a perda da atmosfera em planetas como Marte e exoplanetas, o que pode ser uma peça importante para identificar mundos habitáveis.

A descoberta deverá ser apresentada no Encontro de Outono da União Geofísica Americana de 2023.