(Imagem: Pedro França/Agência Senado)
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera retomar em 2024 o debate sobre o projeto de lei conhecido como PL das Fake News, segundo João Brant, secretário nacional de Políticas Digitais. Mas existem obstáculos.
Um dos principais entraves para o avanço do projeto, que visa regulamentar as redes sociais no país, é o debate sobre a obrigatoriedade de plataformas digitais pagarem por conteúdo jornalístico e direitos autorais.
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É o que apontaram tanto Brant quanto o relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). As informações são da agência de notícias Reuters.
O projeto está estagnado na Câmara dos Deputados desde maio, após o deputado Silva pedir o adiamento da votação devido à falta de apoio, em parte causada pela mobilização de plataformas de redes sociais contra a proposta.
Silva enfatiza que a regulamentação das redes sociais não avançará sem um acordo sobre a remuneração por parte das empresas de tecnologia. Para superar divergências, temas de pagamentos foram incluídos em outra proposta, mas ainda não houve progresso.
Brant afirma que o governo está em diálogo sobre o PL das Fake News e espera criar condições favoráveis para sua aprovação no início de 2024, embora não tenha especificado quais pontos do projeto poderiam ser suavizados.
Já o deputado Silva sugere que o governo pode facilitar a aprovação do projeto se abrir mão de certos pontos de vista, embora não tenha detalhado quais seriam esses aspectos.
O deputado concluiu um texto que aborda questões de responsabilidade, transparência e moderação de conteúdo. Mas não revelou a nova versão para não prejudicar negociações em andamento.
O interesse na aprovação do projeto aumentou após o perfil da primeira-dama Janja Lula da Silva no X (antigo Twitter) ter sido hackeado, um incidente que Silva espera que motive o governo a agilizar a aprovação do PL das Fake News.
O projeto de lei, aprovado pelo Senado em 2020 e aguardando análise da Câmara, aborda a moderação de conteúdo ilícito e impõe multas às plataformas em caso de descumprimento, mas não trata especificamente de hackeamento de perfis.
Empresas como Google, Telegram, TikTok, X e Kwai têm perspectivas variadas sobre o projeto, com algumas se mobilizando contra a proposta e outras acompanhando o debate.
Esta post foi modificado pela última vez em 14 de dezembro de 2023 08:07