Recentemente a missão OSIRIS-REx retornou da sua viagem trazendo amostras do asteroide Bennu. Outras duas missões japonesas, as Hayabusa, também visitaram outros dois asteroides em 2010 e 2020, o Itokawa e o Ryugu, respectivamente. Esses três asteroides tem uma composição semelhante que pode ser um problema.

Para quem tem pressa:

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  • Lidar com esse tipo de asteroide pode ser um problema em caso de colisão, por que a técnica utilizada na missão DART pode causar ainda mais danos;
  • Outras soluções seriam utilizar um feixe de elétrons ou um trator gravitacional para desviar o objeto da rota de colisão;
  • Descobrir uma maneira de proteger a Terra de um asteroide como os visitados pelas missões OSIRIS-REx e as Hayabusa deve ser uma colaboração global.

Além de trazer material coletado para Terra, essas três missões têm em comum o fato de visitarem asteroides conhecidos como pilha de entulho, que podem representar grande perigo para Terra por não sabermos exatamente como nos defender deles em caso de colisão.

Acredita-se que os pilha de entulho representam entre 70 a 80% dos asteroides. Eles recebem esse nome porque ao invés de serem um único objeto sólido, na verdade, são incontáveis pedaços de cascalho e pedra unidos por um pequeno campo gravitacional. E aí que a defesa planetária encontra um problema: em caso de colisão com a Terra, esses asteroides podem fazer um grande estrago, mas, ao mesmo tempo, eles são difíceis de lidar devido a sua composição.

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Asteroides e defesa planetária

Em 2022 vimos a espaçonave DART, da NASA, colidir com o asteroide Dimorphus, alterando para sempre sua trajetória. A missão tinha como objetivo demonstrar como enviar um objeto em direção a uma rocha espacial poderia mudar seu caminho caso ela estivesse vindo em direção a Terra.

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Essa é uma das técnicas preferidas pelos cientistas quando o assunto é defesa planetária, mas ela pode não ser ideal quando o alvo é uma pilha de entulho. Se o impacto foi muito forte, o asteroide pode ser completamente destruído e de acordo com John Brophy, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato, em resposta a Space.com, isso pode resultar em um processo caótico com resultados incertos.

Uma solução, seria ao invés de atingir um pilha de entulhos com um objeto, ele poderia ser impactado com um feixe de elétrons ao longo de seu vetor velocidade. O desvio de um asteroide por um desses feixes pode distribuir a energia por meses ou até mesmo alguns poucos anos, e evitar que o pior aconteça, no entanto, essa técnica ainda é algo teórico.

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Outra solução seria utilizar um trator gravitacional. Essa técnica enviaria uma nave espacial em direção ao asteroide, não para colidir com ele, como a DART, mas sim para usar a força gravitacional dela para transmitir um impulso necessário para mudar sua trajetória. Alguns testes com essa técnica já foram realizados, mas ela ainda não foi experimentada no espaço.

De toda maneira, descobrir como evitar que pilhas de entulho colidam com a Terra deve ser uma missão global, que conte com a colaboração de estados e nações de todo mundo. Se isso não acontecer, eles não cumprirão sua razão de existência, que é proteger seus cidadãos.