Vacina contra câncer de pele pode ser lançada em 2025, diz Moderna

Testes realizados pela Moderna apontaram que a vacina reduziu o risco de morte por câncer de pele em 49% dos casos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/12/2023 06h10
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Imagem: Shutterstock
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Uma vacina experimental contra o melanoma desenvolvida pela farmacêutica Moderna pode estar disponível para uso em apenas dois anos. Isso representaria um importante passo contra a forma mais grave do câncer de pele.

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Vacina reduziu risco de morte pela doença

Recentemente, os resultados dos ensaios clínicos mostraram uma melhora nas possibilidades de sobrevivência de pacientes, graças à vacina da Moderna. A tecnologia utilizada no imunizante é o RNA mensageiro (RNAm).

Em um estudo com 157 pessoas com melanoma avançado, a vacina, em combinação com o fármaco de imunoterapia Keytruda, do laboratório MSD, reduziu o risco de morte em 49% dos casos durante um período de três anos.

Em 2022, a Moderna já havia anunciado resultados de acompanhamento de dois anos que mostraram uma redução do risco de 44%.

A diferença na sobrevivência está crescendo. Quanto mais passa o tempo, mais se vê essa vantagem. Temos uma a cada duas pessoas que sobrevive, em comparação com o melhor produto do mercado, o que, em oncologia, é enorme.

Stéphane Bancel, CEO da Moderna

Já a taxa de efeitos colaterais não aumentou nos novos testes. As informações são de O Globo.

(Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)

Próximos passos

  • Em 2024, a Moderna vai realizar um estudo mais amplo com o imunizante.
  • Cerca de mil pessoas devem participar da fase 3 dos testes, o que podem acelerar o processo de autorização para o uso da vacina, conhecida como ARNm-4157m.
  • Tanto a Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) como a Agência Europeia de Medicamentos colocaram a terapia em uma via de revisão acelerada.
  • Os órgãos são semelhantes à Anvisa no Brasil.
  • Para se preparar para o lançamento da vacina no mercado, a Moderna está construindo uma nova fábrica em Massachusetts para ter um fornecimento abundante, um requisito da FDA.
  • A esperança da empresa é combinar essa nova vacina contra o câncer com “biópsias líquidas”, testes inovadores que detectam sinais de tumores pela análise de sangue, e que começaram a estar disponíveis nos Estados Unidos.
  • Quanto mais rápido puder se detectar o câncer, melhor funcionarão os novos medicamentos da Moderna.
  • Outras empresas, como a BioNTech, também estão trabalhando em vacinas terapêuticas individualizadas contra a doença.
  • Apenas em 2020 foram registrados, em nível mundial, 325 mil novos casos e 57 mil mortes causadas pelo câncer de pele.
  • Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são 8.980 casos e 1.832 mortes por ano no Brasil.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.