Tubarão-seda consegue regenerar nadadeira; é o primeiro registro da história

Descoberta foi feita por pesquisadora da Universidade de Miami; ferimento foi causado por humanos e lesão foi curada em menos de 322 dias.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 28/12/2023 16h24, atualizada em 02/01/2024 11h54
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Imagem: John Moore/Journal of Marine Sciences
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Pesquisadores da Universidade de Miami (EUA) anunciaram agora em dezembro uma das maiores descobertas da Biologia em 2023. Em artigo publicado na revista Journal of Marine Sciences, os cientistas revelaram o caso de um tubarão-seda (Carcharhinus falciformis) que conseguiu regenerar a nadadeira.

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De acordo com o estudo, é a primeira vez que um tubarão-seda é visto regenerando essa parte do corpo, e a segunda vez que isso acontece entre todas as espécies de tubarões.

Biólogos marinhos apontam que esses animais possuem habilidades impressionantes de recuperação e um grande poder de adaptação. Tanto que são considerados uma das espécies mais antigas que vivem em nosso planeta. Os ancestrais dos tubarões datam de 450 milhões de anos atrás!!!

Só para efeito de comparação, os dinossauros viveram por 165 milhões de anos antes de serem extintos. O primeiro hominídeo data entre 6 e 8 milhões de anos atrás. Ou seja, os tubarões já estão aqui há muito mais tempo.

A história do tubarão-seda da Flórida

Imagem: John Moore/Journal of Marine Sciences
  • O caso foi acompanhado pela estudante de doutorado na Universidade de Miami Chelsea Black, que é também a autora do estudo.
  • Ela recebeu as imagens do mergulhador local John Moore, que fez as fotos de 2022 e 2023.
  • Em 22, ele avistou um tubarão-seda que havia perdido quase 21% da nadadeira dorsal (a que fica acima do corpo).
  • Foram arrancadas justamente as partes onde ficava a etiqueta que identificava o animal.
  • A principal hipótese, pelo tipo de lesão, é que a barbatana foi rasgada pela ação humana.
  • Ao receber as primeiras fotos, a bióloga disse acreditar que o tubarão não conseguiria sobreviver, uma vez que os ferimentos eram graves e poderiam prejudicar o nado.
  • 322 dias depois, porém, o mesmo tubarão-seda foi fotografado de novo pelo mergulhador e a nadadeira estava recuperada, apenas um pouco menor em relação ao tamanho original.
  • Segundo Chelsea Black, a nova barbatana provavelmente seja formada por tecido de cicatrização, mas não dá para falar com 100% de certeza sem fazer uma dissecação.

Mais sobre a espécie

  • Segundo o Museu de História Natural da Flórida, os tubarões-seda podem chegar a até três metros de comprimento.
  • Eles vivem nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, dependendo da época do ano.
  • Preferem águas quentes e, por isso, migram pelos mares.
  • O nome seda foi dado por causa das escamas, que se parecem com uma pele lisa.
  • A espécie, assim como várias outras de tubarão, corre risco de extinção por conta da pesca.
  • Além disso, possuem um longo período de gestação, baixo número de descendentes e baixa taxa de crescimento. Por isso o risco de extinção.
  • Na Flórida, por exemplo, onde aconteceu o caso, é proibido capturar ou matar esses animais.

As informações são do site Live Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.