Suecos criam “solo eletrônico” que ajuda plantas a crescer

Batizado de eSoil, material fez com que mudas de cevada ganhassem 50% mais massa biológica nos testes feitos na Universidade de Linköping.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 29/12/2023 02h03, atualizada em 02/01/2024 11h54
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Imagem: Linköping University
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A hidroponia consiste no cultivo de plantas sem terra. A técnica utiliza apenas água e um local para as raízes se fixarem. Diversas fazendas já utilizam o conceito em todo o mundo, que tem como vantagem não depender de condições climáticas e ambientais. Por serem mantidas em estufas, essas plantações também ficam livres de pragas.

Mas existem, claro, as desvantagens. O espaço é mais limitado e, portanto, menos efetivo para fins comerciais. Além disso, a manutenção de espaços hidropônicos é mais cara, com alto consumo de energia. E as plantas crescem mais lentamente na comparação com a agricultura tradicional.

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Cientistas suecos tentam resolver esse último problema e desenvolveram uma espécie de “solo bioeletrônico”, que batizaram de eSoil.

Os pesquisadores da Universidade de Linköping colocaram o material em uma plantação hidropônica de cevada e os resultados foram excelentes! Em 15 dias, as mudas cresceram, em média, 50% a mais na comparação com as outras sem o eSoil.

Do que é feito e como atua

  • O eSoil é composto de substâncias orgânicas misturadas com um polímero condutor chamado PEDOT, que pode ser encontrado em sensores e telas OLED.
  • Esse “solo bioeletrônico” envia sinais elétricos para as raízes.
  • Calma, não é dar choque na planta; o eSoil trabalha com voltagens muito pequenas, na casa de meio volt.
  • O efeito da estimulação nas mudas de cevada foi descrito como “constante” e “transitório” no estudo publicado na Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
  • O gráfico abaixo explica como foi feita a experiência.
Imagem: Divulgação/Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos

Outros usos

Os cientistas afirmaram que serão precisos mais testes antes do lançamento de um produto. Eles querem entender se o responsável pelo crescimento foi o eSoil em si ou se foram as estimulações elétricas.

A ideia também é estudar uma ampliação do uso do material além das culturas hidropônicas.

Se usada em uma plantação tradicional, por exemplo, o eSoil poderia se tornar uma alternativa mais ecológica para os fertilizantes, segundo os cientistas responsáveis.

As informações são do site Engadget.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.