China anuncia o primeiro navio porta-contêineres do mundo movido a energia nuclear

Sistema se baseia no tório, elemento radioativo muito mais abundante que o urânio
Ronnie Mancuzo30/12/2023 17h06
Um navio porta-contêiner
Imagem: Alexander Kliem/Pixabay/CC
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O primeiro navio porta-contêineres movido a energia nuclear do mundo foi anunciado pela China, com toques de revolução na história marítima. Batizado de KUN-24AP, ele foi revelado pelo Estaleiro Jiangnan na exposição Marintec China 2023.

No evento, os idealizadores chineses apresentaram algumas perspectivas sobre o desenvolvimento. Mais em relação ao que realmente tornaria a embarcação nuclear especial, já que detalhes técnicos não foram dados até o momento. Algo que pode ser uma pista importante está no nome, com a possibilidade de se tratar de uma embarcação para 24 mil contêineres tradicionais.

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Um navio mais seguro e eficiente

renderização do navio
Imagem: Reprodução/iMarine

Segundo seus desenvolvedores, o KUN-24AP terá um sistema de propulsão de última geração, com reator de sal fundido que utiliza tório como combustível. O tório é um elemento radioativo muito mais abundante naturalmente que o urânio e é mais barato de usar.

Esta escolha de combustível é significativa porque oferece um modo de operação a temperaturas mais altas e pressões mais baixas. Isso ajuda a evitar a necessidade de grandes quantidades de água para resfriamento, beneficiando em segurança e eficiência.

Nuclear e controverso

Revelação do navio
Imagem: Reprodução/iMarine

A China tem uma longa história com a tecnologia de tório, desenvolvendo ativamente reatores baseados neste material. Ao apresentar os planos com o navio porta-contêineres nuclear, o estaleiro afirmou que o interesse está totalmente na questão ambiental e na opção mais sustentável para a indústria naval.

Em se tratando de China, a tecnologia nuclear não deixa de levantar questões do Ocidente sobre possíveis aplicações militares. No entanto, a natureza dos reatores de sal fundido baseados em tório, que requerem manutenção mais frequente, sugere que seu uso pode ser impraticável para muitos objetivos militares.

Via iMarine e IFLScience

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.