O céu noturno é um convite cheio para aqueles que tem a contemplação como hobby. Ao olharmos para cima em uma noite estrelada, somos presenteados com uma visão majestosa. O firmamento cravejado de estrelas que mudam de cor e de brilho. Porém, nada se compara às imagens que as câmeras dos super telescópios espaciais capturam, com imagens cheias de cores e tonalidades diferentes que parecem desafiar a imaginação humana. Mas como conseguimos tantas fotos do espaço coloridas?

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A luz é um assunto particularmente interessante. A física descreve a luz tanto como onda, quanto como partícula, uma propriedade conhecida como dualidade onda-partícula. Quando encaramos a luz como partícula, ela é composta por pequenos pacotes de energia chamados fótons. A física quântica descreve a luz como uma corrente de partículas que exibem características de partículas massivas, mesmo sem massa.

Nas nossas interações diárias com o universo ao nosso redor nos deparamos com outras propriedades da luz. Durante o dia, a luz branca do Sol, composta por todas as cores visíveis, banha a atmosfera terrestre. No entanto, é a dispersão seletiva das ondas curtas, especialmente o azul, que dá ao céu sua tonalidade característica

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Já durante a noite o céu é tomado por pontinhos multi-coloridos, que vão do branco ao azul, passando pelo vermelho. O amanhecer nos brinda com um espetáculo caleidoscópico no céu – e todos esses efeitos de luz e cor são causados pelo mesmo fenômeno.

A luz, ao percorrer uma camada atmosférica mais espessa, dispersa as cores mais curtas, permitindo que as tonalidades quentes, como vermelho e amarelo, dominem a paisagem celeste. E é essa transição de tonalidades que nos presenteia com esse espetáculo diário de beleza e cores.

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Porém, mesmo assim, nós só vemos uma pequena fração de toda a informação que a luz nos fornece. Ao viajar pelo espaço, essa onda-partícula conta a história do passado do universo. Mas, para ler, precisamos de instrumentos muito específicos.

A explicação reside na fisiologia do olho humano, que, equipado com cones e bastonetes, é mais sensível a diferentes condições de iluminação. Os cones, responsáveis pela percepção de cores, são eficazes sob luz adequada, enquanto os bastonetes, mais eficientes em ambientes de baixa luminosidade, não detectam variações cromáticas.

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Como dados do telescópio se transformam em obras de arte?

Hubble

Para vermos mais e mais longe, precisamos dos telescópios. Com grandes espelhos e exposições prolongadas, os telescópios acumulam luz de objetos distantes. Mas eles não capturam apenas a luz visível. Com sensores especializados, essas ferramentas espectros de luz invisíveis ao olho humano, como infravermelho e ultravioleta.  Muitas dessas informações precisam ser traduzidas em cores do nosso espectro visível, e é aí que entra em campo a comunidade de processadores de imagens espaciais.

Formada por entusiastas apaixonados pela astronomia, artistas e cientistas cidadãos. A comunidade é responsável por transformar dados de imagens astronômicas em preto e branco em obras de arte visualmente impressionantes e informativas. As escolhas de cores e tons são, em sua maioria, guiadas por dados científicos auxiliares capturados pelos próprios instrumentos dos telescópios.

Embasados por esses dados, como temperatura e até material constituinte do corpo celeste, os coloristas podem realçar características específicas dos objetos celestes, contribuindo para a divulgação científica.

Graças à comunidade de cientistas e amantes da astronomia, podemos entender melhor o universo e admirar as belezas que só os titânicos eventos espaciais são capazes de produzir. Então, da próxima vez que você se deparar com uma foto bem bonita de uma nebulosa, um quasar ou uma estrela nova, saiba que um montão de gente se uniu para que ela chegasse até você bonita daquele jeito.