Davos: com IA, países desenvolvidos e em desenvolvimento divergem sobre rumos da economia

Fórum Econômico Mundial começa nesta segunda (15) na Suíça e deve ter IA como um dos assuntos principais
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Rodrigo Mozelli 15/01/2024 18h30
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(Foto: Gennady Danilkin/Shutterstock)
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Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, começa nesta segunda-feira (15) e vai até sexta-feira (19). A edição “Reconstruindo a Confiança” terá a inteligência artificial (IA) como um dos principais assuntos, além de temas tradicionais, como mudanças climáticas e criação de empregos.

No entanto, após a popularização em 2023, a tecnologia permanece divisiva e faz especialistas de países desenvolvidos e em desenvolvimento discordarem sobre os rumos da economia mundial.

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IA divide opiniões no Fórum Econômico Mundial

A IA será um dos temas mais discutidos em Davos. Inclusive, a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou no domingo (14) que a tecnologia pode afetar quase 40% dos empregos globais e agravar as desigualdades.

O Olhar Digital falou sobre os possíveis rumos da edição, quem representará o Brasil e outros participantes deste ano nesta reportagem.

Para além do foco especial na temática, que também deve permear discussões sobre outras áreas, a IA tem dividido especialistas sobre o andamento da economia mundial em 2024.

Economistas divergem sobre economia em meio a IA (Imagem: Guillermo Recaredo/Shutterstock)

Economia mundial

A edição de 2024 do relatório Chief Economists Outlook (que compila previsões econômicas para o ano) revela que 94% dos economistas de países desenvolvidos espera que a IA ajude nos ganhos. Já nos países em desenvolvimento, apenas 53% dos especialistas tem a mesma esperança.

O documento ainda faz outras previsões relacionadas ao impacto da IA na economia global:

  • Segundo a Folha de S.Paulo, o relatório chama a atenção para a deterioração da globalização, cenário geopolítico cada vez mais fragmentado, aumento do protecionismo na economia doméstica e falta de coordenação de estratégias globais;
  • Economistas divergem se a economia vai melhorar em 2024: 56% acredita que não, enquanto 43% acredita que vai melhorar ou se manter igual;
  • A visão positiva é motivada pela redução da pressão inflacionária e pelo afrouxamento da crise energética. Em 2023, quando havia a crise, 63% previa que 2024 seria de recessão;
  • A previsão é que a volatilidade geopolítica também permaneça, considerando que não há soluções ou ações em andamento para cessar a guerra na Ucrânia ou o conflito entre Israel e Hamas em Gaza.

IA fazer tudo
Imagem: I Am Nikom/Shutterstock

IA: Países desenvolvidos vs. em desenvolvimento

As divergências acontecem principalmente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Na Europa, 77% dos economistas esperam que a economia piore. Já o sul e sudeste asiático são mais positivos e apenas 7% e 15%, respectivamente, acredita em deterioração. Os números são mais equilibrados na América Latina e nos Estados Unidos, onde 30% e 43% dos especialistas, respectivamente, veem cenário negativo.

A maior discordância é sobre a IA. 50% dos economistas acredita que haverá algum grau de mudança decorrente da tecnologia; 37% se dizem incerto; e 13% não esperam nenhum tipo de impacto econômico.

Com isso, o setor da tecnologia da informação (TI) e comunicação digital recebeu previsões positivas por parte de 20% dos especialistas. Já o varejo e vendas de produtos no geral receberam previsões negativas, seguidos de serviços financeiras, profissionais (consultorias) e imobiliários.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.