Quanto do oceano nós conseguimos mapear?

Apesar de cobrirem a maioria da terra, os oceanos foram pouco explorados pela humanidade. Mas exatamente quanto dos oceanos já foi mapeado?
Por João Velozo, editado por Layse Ventura 17/01/2024 21h20
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Representação artística da presença de plutônio no fundo do oceano. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital
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Cobrindo quase toda a superfície do nosso planeta, os oceanos representam uma parte mais do que considerável da Terra. Casa de milhões de espécies de animais e plantas, essas grandes massas de água ainda são um mistério para os seres humanos. Mas o quanto do fundo do mar já foi mapeado?

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Os termos “oceano” e “mar” são frequentemente utilizados para descrever grandes massas de água, mas suas distinções residem principalmente em tamanho, profundidade e localização geográfica. Os oceanos, representam as maiores extensões aquáticas do planeta, caracterizando-se por sua imensidão, profundidade significativa e papel vital na regulação climática global.

Em contrapartida, os mares são corpos de água menores, muitas vezes parcialmente cercados por terra, como o Mar Mediterrâneo ou o Mar do Norte. Os mares podem estar conectados a um oceano ou serem parcialmente isolados, variando em profundidade e extensão.

Os oceanos, vastas extensões azuis que cobrem aproximadamente 71% da superfície terrestre, representam um componente essencial e dinâmico do nosso planeta. Existem cinco grandes oceanos na Terra: o Pacífico, Atlântico, Índico, Antártico e Ártico.

Juntos, esses corpos d’água não apenas moldam o clima global como também são a casa de milhões de espécies de animais, algas e plantas. O Oceano Pacífico, o maior de todos, contribui significativamente para essa cobertura, representando mais de um terço da área total dos oceanos.

Porém, a exploração dos vastos ambientes submarinos permanece um desafio. Enquanto a humanidade aventura-se em ambientes tão diversos quanto as paisagens geladas da Antártica e a superfície implacável da Lua, as profundezas do oceano permanecem como um território repleto de mistérios sob nossos narizes.

O peixe dragão é uma das criaturas que vivem na Fossa das Marianas
O peixe dragão é uma das criaturas que vivem na Fossa das Marianas (Credito: Diego Grandi/Shutterstock.com)

A questão de quanto do oceano realmente exploramos depende da definição de “exploração”. O primeiro passo nesse processo é o mapeamento, ou seja, a representação gráfica do formato do leito marinho. Até meados de 2023, apenas aproximadamente um quarto do leito marinho foi mapeado com dados de alta resolução. Nós ainda não possuímos um mapa completo do nosso planeta.

A técnica mais usada para mapear o fundo do oceano envolve o uso de sonares. Instrumentos que calculam as formas do leito oceânico, a partir do uso de ondas sonoras. Em áreas mais rasas, também são utilizados satélites e técnicas como o LiDAR, que emprega lasers para medições.

Porém, para buscar mais respostas sobre o que existe no fundo do mar é necessário ir mais a fundo, literalmente. A próxima etapa da exploração, que consiste em observar diretamente o fundo do oceano, e para isso os pesquisadores precisam enfrentar o pesadelo da pressão submarina.

A pressão no fundo do Oceano Pacífico, por exemplo, especialmente nas áreas mais profundas como a Fossa das Marianas, é medida em termos de atmosferas. A uma profundidade de cerca de 10.994 metros no Challenger Deep, a pressão atinge aproximadamente 1.086 atmosferas.

Apesar disso, pesquisadores e drones submersíveis exploram as profundezas dos oceanos em todo o mundo, mas essa exploração visual ainda representa uma fração ínfima do leito marinho.

Entender o que existe nos nossos oceanos é crucial para a sobrevivência da humanidade enquanto espécie. A exploração contínua desses territórios inexplorados promete desvendar mais segredos e contribuir para uma gestão mais eficaz dos recursos marinhos.

João Velozo
Colaboração para o Olhar Digital

João Velozo é um jornalista e fotógrafo freelancer com base em Pernambuco, Brasil.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.