Pesquisa comprova: uso de cannabis altera neurônio do cérebro que causa fome

Estudo realizado com ratos foi capaz de notar alteração clara nos cérebros ao expor a substância para as cobaias
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Ignacio de Lima 18/01/2024 19h53
cannabis
Imagem: YARphotographer/Shutterstock
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É praticamente de conhecimento popular que o uso de cannabis, a planta da maconha, pode abrir o apetite. Agora um estudo recente da Universidade do Estado de Washington mostra que o fenômeno tem a ver com a alteração de neurônios do cérebro, abrindo possibilidades de tratamentos diversos, especialmente em casos de transtornos alimentares.

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A pesquisa está publicada na revista Scientific Reports, mostrando que procedimentos realizados com animais revelaram que o uso de cannabis pode levar a ativação de um mecanismo no cérebro capaz de causar fome.

Tratamentos medicinais usando cannabis podem ser desenvolvidos

A descoberta pode se tornar relevante para tratamentos medicinais com cannabis. Afinal, são evidências capazes de abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos terapêuticos para transtornos alimentares, enfrentados por pacientes com câncer, anorexia e até mesmo obesidade.

No procedimento que levou ao resultado da pesquisa, ratos de laboratório foram expostos a uma versão vaporizada da cannabis sativa. Então, usando tecnologia de imagem de cálcio, algo semelhante a uma ressonância magnética, eles observaram as respostas cerebrais das cobaias.

Foi observado que a cannabis ativava um conjunto de células no hipotálamo, uma parte do cérbero, justamente quando os ratos consumiam alimentos, células que não foram ativadas nos roedores que não foram expostos.

“Ao consumir a cannabis, apareceram neurônios nos ratos que normalmente não estão ativos”, comentou Jon Davis, professor assistente de neurociência na Universidade de Washington e um dos autores do artigo.

“Agora já sabemos uma das maneiras pelas quais o cérebro responde à cannabis recreativa quando abre o apetite”, acrescenta Davis. A pesquisa atual se baseia em um estudo anterior sobre cannabis e apetite, também realizado pela equipe do professor Davis:

  • O estudo foi um dos primeiros a administrar a cannabis vaporizada em estudos com animais, ao invés de injetá-la diretamente nas cobaias;
  • A metologia foi pensada para se aproximar mais do modo em que a cannabis é capaz de agir nos humanos;
  • Na pesquisa, ficou concluído que ocorrem alterações genéticas no hipotálamo em resposta a cannabis. Por causa disso, o estudo posterior se concentrou apenas nessa região do cérebro.
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.