Túmulo ‘perdido’ da Idade do Bronze é redescoberto na Irlanda

Conhecido como “altar solar”, o túmulo existiu por cerca de 4 mil anos em uma colina na Irlanda até desaparecer – e agora ser redescoberto
Flavia Correia22/01/2024 20h21
tumulo-perdido-irlanda
Billy Mag Fhloinn com os restos da tumba que se considerava perdida. Crédito: Seán Mac an tSíthigh/RTÉ News
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Restos de uma tumba da Idade do Bronze que se pensava ter sido destruída e perdida para sempre foram descobertos no Condado de Kerry, na costa atlântica da Irlanda.

Conhecido pela população local como Altóir na Gréine – o “altar solar” – permaneceu por aproximadamente quatro milênios em uma colina fora da vila de Ballyferriter, na península de Dingle, antes de desaparecer por volta do século 19.

Georgiana Chatterton, uma aristocrata e viajante inglesa, havia visitado o local e esboçado o monumento em 1838. No entanto, 14 anos depois, um antiquário chamado Richard Hitchcock relatou que ele havia sido destruído, presumivelmente para fins de construção.

Esboço do túmulo de cunha feito em 1838 por Lady Chatterton. Crédito: Fornecido por Caimin O’Brien

Varredura 3D detecta restos de túmulo desaparecido

Billy Mag Fhloinn, historiador que faz parte de um projeto de mapeamento arqueológico, visitou e filmou recentemente o local. Ao converter o vídeo em uma varredura 3D, ele notou que uma pedra na vegetação rasteira se assemelhava a uma do esboço da era vitoriana de Lady Chatterton.

Fhloinn encaminhou o material para o Serviço de Monumentos Nacionais em Dublin, que enviou o arqueólogo Caimin O’Brien para examinar o achado. Ele confirmou que a ruína pertencia a uma tumba de cunha que data do início da Idade do Bronze, há mais de 4,5 mil anos.

Leia mais:

“Há uma lápide e várias grandes pedras verticais chamadas ortostatos, compreendendo cerca de 25% da tumba original”, disse Fhloinn ao jornal The Guardian. “As pessoas achavam que estava tudo destruído”. Agora, o túmulo faz parte da base de dados de monumentos nacionais.

“O significado da redescoberta da tumba de cunha é trazê-la de volta ao registro arqueológico para que a comunidade científica possa estudá-la”, disse O’Brien à agência de notícias RTÉ. “Pela primeira vez em mais de 180 anos, os arqueólogos sabem onde a tumba está situada, e isso aumentará nossa compreensão da distribuição das tumbas de cunha.”

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.