Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na tarde de quinta-feira (22) a OceanGate confirmou a morte dos cinco passageiros a bordo do submarino Titan, que estava desaparecido desde domingo (18), após iniciar uma expedição turística aos destroços do Titanic.

Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman, Hamish Harding e Paul-Henry Nargeolet – as vítimas da tragédia recente – pretendiam ver de perto os destroços da tragédia anterior, que acabou se tornando o naufrágio mais famoso da história.

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Há algumas semanas, foi divulgada a primeira varredura digital 3D em tamanho real do Titanic, revelando imagens sem precedentes do navio que afundou em 1912.

Relembre a tragédia do Titanic:

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  • O RMS Titanic foi um navio de passageiros britânico operado pela White Star Line e construído por estaleiros da Harland and Wolff, em Belfast, Irlanda do Norte;
  • A suntuosa embarcação foi projetada para ser o navio mais luxuoso e seguro da época, gerando a lenda que seria supostamente “inafundável”;
  • Partindo de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York, nos EUA, o transatlântico fez sua primeira e única viagem em 10 de abril de 1912, naufragando cinco dias depois ao colidir com um iceberg;
  • Mais de 1.500 pessoas morreram no desastre, que inspirou diversas obras literárias e cinematográficas, sendo a mais famosa delas estrelada em 1997 por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet e dirigida por James Cameron.

Os restos do navio, que estão a 3.800 metros de profundidade, têm sido objeto de estudo há décadas, no entanto, pela primeira vez, uma visão 3D permitiu que os destroços fossem observados como se a água tivesse sido drenada.

De acordo com o historiador e explorador oceânico Parks Stephenson, analista de naufrágios, a esperança é que isso lance uma nova luz sobre o que exatamente aconteceu com o transatlântico. “Ainda há perguntas básicas que precisam ser respondidas sobre o navio”, disse ele à BBC News.

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Segundo o pesquisador, “o modelo foi um dos primeiros grandes passos para conduzir a história do Titanic para a pesquisa baseada em evidências – e não para a especulação”.

Nova varredura fez mais de 700 mil imagens do Titanic

Devido às enormes dimensões do navio em decomposição, na escuridão das profundezas, as câmeras só conseguem captar imagens isoladas, e nunca a totalidade. Com a nova varredura, é possível ter uma visão completa pela primeira vez. 

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O trabalho foi realizado no ano passado pela Magellan Ltd, uma empresa de mapeamento em alto mar, e pela Atlantic Productions, que estão produzindo um documentário sobre o projeto.

Robôs submersíveis, controlados remotamente por uma equipe a bordo de um navio especializado, passaram mais de 200 horas examinando o comprimento e a largura do naufrágio, que está dividido em duas partes, com a proa e a popa separadas por cerca de 800 m.

Foram registradas mais de 700 mil imagens de todos os ângulos, permitindo uma reconstrução 3D exata do Titanic.

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Precisão de detalhes

A sondagem inédita mostra tanto a escala do navio, quanto pequenos detalhes, como o número de série de uma das hélices.

Mesmo 100 anos depois, a proa, agora coberta de estalactites de ferrugem, ainda é prontamente reconhecível. Sentado no topo está o convés do barco, onde um buraco aberto fornece um vislumbre de um vazio onde ficava a grande escadaria. Já a popa, no entanto, está totalmente destruída, já que foi a parte do navio que se partiu quando ele afundou.

Mesmo 100 anos depois, a proa, agora coberta de estalactites de ferrugem, ainda é prontamente reconhecível. Créditos: Magellan Ltd/Atlantic Productions

No campo de destroços ao redor, estão espalhados itens como a metalurgia ornamentada do navio, estátuas e garrafas de champanhe fechadas. Há também objetos pessoais, incluindo dezenas de sapatos apoiados no sedimento.

A popa, que se separou da proa no momento que o Titanic afundou, é um emaranhado caótico de aço. Créditos: Magellan Ltd/Atlantic Productions

Stephenson, que estuda o Titanic há muitos anos, disse que ficou “impressionado” quando viu os resultados do novo exame pela primeira vez. Ele acredita que isso pode, por exemplo, revelar se o acidente aconteceu realmente da forma como é mostrada nos filmes.

Os pesquisadores têm consciência de que estão enfrentando uma verdadeira batalha contra o tempo, já que o navio vem se desintegrando e sendo devorado por micróbios, o que pode comprometer o real entendimento do desastre.

A nova varredura, no entanto, agora “congela os destroços no tempo”, permitindo que os especialistas se debrucem sobre cada pequeno detalhe, com grandes expectativas de que os mais obscuros segredos do Titanic possam, enfim, ser revelados.

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