A seca histórica que ocorreu na região da Amazônia em 2023 teve como principal causa a mudança climática causada pela atividade humana.

Estudo realizado pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas especializados em assuntos climáticos, revelou que o fenômeno natural El Niño teve influência menor na seca.

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A pesquisa contou com participação de universidades e agências meteorológicas no Brasil, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos.

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Estudo

  • De acordo com o estudo, as mudanças climáticas estão provocando diminuição na precipitação e aumento nas temperaturas na Amazônia;
  • Dessa forma, a seca sem precedentes de 2023 foi aproximadamente 30 vezes mais provável de ocorrer devido à combinação desses fatores, em vez de apenas o El Niño;
  • Os pesquisadores alertam que, com cada fração de grau de aquecimento causado pela queima de combustíveis fósseis, o risco de seca na Amazônia continuará a aumentar, independentemente do El Niño;
  • Segundo o g1, para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram o impacto das mudanças climáticas na seca, utilizando dados meteorológicos e simulações de modelos;
  • Eles compararam o clima atual com o clima mais frio pré-industrial, sem os impactos do ser humano;
  • O estudo focou na Bacia Amazônica e analisou a seca de junho a novembro de 2023;
  • Os pesquisadores separaram as influências do El Niño e das mudanças climáticas e constataram que, embora ambos tenham reduzido a chuva em proporções semelhantes, o aumento nas temperaturas foi principalmente causado pelas mudanças climáticas.

Mudanças climáticas aumentam e secas extremas na Amazônia

Os especialistas advertem que, em cenário ideal com temperaturas 1,2 °C mais baixas em todo o mundo, a seca teria sido consideravelmente menos intensa. Isso destaca o papel crucial das emissões de gases do efeito estufa provenientes da queima de petróleo, gás e carvão na transformação desse fenômeno em evento devastador.

Eles também alertam que, caso a temperatura global aumente em 2 °C, a probabilidade de eventos de precipitação extremamente escassa aumentará quatro vezes, ocorrendo aproximadamente a cada 33 anos. Secas agrícolas comparáveis se tornarão três vezes mais propensas, com ocorrência esperada a cada 13 anos.

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É relevante destacar que, no ano passado, pela primeira vez, o mundo registrou um dia com temperatura média global 2 °C acima da era pré-industrial. Essa informação ressalta a urgência de combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases do efeito estufa para evitar eventos climáticos extremos e suas consequências devastadoras.