As investigações do suposto esquema ilegal de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ganharam mais um capítulo nesta quinta-feira (25). A Polícia Federal deflagrou uma nova operação para apurar o uso da ferramenta FirstMile.

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Um dos investigados nesta nova fase é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou a agência durante o governo de Jair Bolsonaro. O uso da ferramenta desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) foi revelado em março do ano passado.

A investigação da PF aponta que o software comprado pelo governo usava de GPS para monitorar irregularmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.

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Ferramenta de espionagem

  • O FirstMile utiliza um malware para acessar todo o conteúdo dos computadores.
  • A invasão pode ocorrer via disparo de um e-mail, por uma mensagem de texto ou por WhatsApp web, por exemplo, além do acesso físico ao computador, caso de pen drive.
  • Todo conteúdo do computador fica à disposição dos espiões e a vítima não fica sabendo do acesso às informações.
  • A ferramenta ainda permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. 
  • Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa e a tecnologia localizava os aparelhos através da utilização dos celulares das redes 2G, 3G ou 4G.
  • Segundo a Data Privacy Brasil, além de identificar a localização aproximada dos dispositivos, o sistema era capaz de gerar alertas sobre a rotina de movimentação dos alvos de interesse.
  • As informações são do G1.

Abin diz estar colaborando com as investigações

Em nota enviada em outubro de 2023, a Agência Brasileira de Inteligência se pronunciou sobre as investigações. A Abin informou que, em 23 de fevereiro do ano passado, a Corregedoria-Geral da entidade verificou a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido em dezembro de 2018.

A partir das conclusões, foi instaurada uma sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas vêm sendo repassadas para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal (STF).

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A Abin ainda destaca que todos os pedidos das autoridades estão sendo totalmente atendidos e que a agência está colaborando com as investigações. Por fim, a Agência Brasileira de Inteligência afirmou que a ferramenta de espionagem deixou de ser utilizada em maio de 2021.