Erupções solares estão entre os eventos astronômicos mais impressionantes de se ver. E com a qualidade dos equipamentos de observação de hoje em dia, os detalhes captados são de cair o queixo.

Em 22 de fevereiro de 2022, por exemplo, uma gigantesca proeminência solar se formou na superfície do Sol, lançando para o espaço um violento jato de plasma, também chamado de ejeção de massa coronal (CME).

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Naquela ocasião, o astrofotógrafo Miguel Claro, de Portugal, fez vários registros do evento, que foram compilados em um vídeo compartilhado por ele na plataforma Vimeo:

Segundo o serviço de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, proeminências (ou filamentos) solares são arcos colossais de gás eletrificado (plasma), que são mantidos suspensos acima da superfície do Sol. Eles serpenteiam pela atmosfera solar, reagindo ao campo magnético do astro. 

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Quando o campo magnético fica instável, o filamento entra em colapso, o que pode resultar em explosões espetaculares, como a que foi registrada por Claro. Algumas proeminências podem se estender por milhares de quilômetros no espaço, e os cientistas ainda não sabem exatamente como eles se formam.

Registro da explosão no Sol exigiu raciocínio rápido de fotógrafo

“Este foi provavelmente o maior destaque que testemunhei e registrei até hoje”, relata Claro na descrição do material. “A proeminência parece tão alta quando comparada ao disco do Sol que parece que dezenas de Terras poderiam caber dentro dela”.

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Ele recorda como a captura foi obtida. “Assim que percebi que o destaque estava crescendo tão rápido e drasticamente, tive que decidir rapidamente o que fazer. Então, decidi interromper a primeira sequência e girar a câmera, enquadrando novamente para a nova composição, para poder continuar capturando essa ejeção gigante crescente”.

Segundo o astrofotógrafo, naquele dia, as condições para a fotografia solar eram boas – não perfeitas, mas agradáveis o suficiente para um lapso de tempo. “Então fiz um esforço enorme de reunir o máximo de imagens possível. O resultado final é um filme solar de alta resolução 4K com cerca de 2 horas e 15 minutos, captado na região do Observatório Dark Sky Alqueva, em Portugal”.

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O que um jato de plasma solar pode provocar na Terra

Caso atinjam o planeta, os poderosos fluxos de vento solar magnetizado podem desencadear a formação de auroras. Esses belíssimos shows de luzes são causados por partículas solares energeticamente carregadas que batem na atmosfera superior da Terra (a velocidades de até 72 milhões de km/h) e são espalhadas para as latitudes mais extremas do globo.

Em seguida, essas partículas penetram na magnetosfera do planeta, excitando átomos e moléculas de gás, assim gerando as auroras. 

No entanto, não é apenas esse efeito espetacular que os jatos de plasma ejetados da nossa estrela podem causar se atingirem a Terra. A depender da potência, esses eventos também podem provocar interrupções em sistemas de comunicação e GPS ou mesmo arrastar satélites, além de oferecer perigo para os astronautas na órbita do planeta.