Um vídeo que mostra o trabalho de reforma na pirâmide de Menkaure, em Gizé, no Egito, gerou diversas críticas nas redes sociais. A renovação foi considerada “absurda” por especialistas, enquanto Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, se refere à ação como “o projeto do século”.

Em um vídeo publicado sexta-feira (26) no Facebook, Waziri exibiu trabalhadores colocando blocos de granito na base da pirâmide, que fica ao lado da esfinge e das pirâmides maiores de Khafre e Quéops.

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مشروع القرن وإعادة تركيب البلوكات الجرانيتية المتساقطة للهرم الثالث، البعثة المصرية اليابانية. Project of the Century and reassembling the granite blocks of the Third Pyramid, Egyptian-Japanese Mission.#Egypt #japan #cooperation #projects #staytuned #egyptian #monuments #heritage #egyptology #japanese #mission #explore #explorepage #explorar #pyramids #staytunedformore #preservation #restorationproject

Publicado por Dr. Mostafa Waziry em Sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Quando construída, a pirâmide foi envolta em granito, mas, com o tempo, perdeu parte de sua cobertura. Segundo Waziri, a reforma visa restaurar o estilo original da estrutura, reconstruindo a camada de granito.

“Presente do Egito para o mundo”

Programado para durar três anos, esse trabalho será “o presente do Egito para o mundo no século 21”, disse Waziri, que chefia a missão egípcio-japonesa responsável pelo projeto.

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No entanto, não é assim que a opinião pública parece estar vendo. O vídeo no Facebook é seguido por comentários como o da egiptóloga Monica Hanna.

Não é possível! A única coisa que faltava era adicionar azulejos à pirâmide de Menkaure! Quando vamos parar com o absurdo na gestão do patrimônio egípcio? Todos os princípios internacionais sobre reformas proíbem tais intervenções”. Ela pede a todos os arqueólogos que “se mobilizem imediatamente.

Monica Hanna, egiptóloga.

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Também houve reações de sarcasmo à publicação. “Quando será planejado o projeto de retificação da Torre de Pisa?”, perguntou um comentarista. “Em vez de azulejos, por que não colocar papel de parede nas pirâmides?”, disse outro.

A questão da preservação do patrimônio no Egito – que deriva 10% de seu produto interno bruto do turismo – sempre é objeto de debates acalorados. A recente destruição de áreas inteiras da região histórica do Cairo levou a poderosas mobilizações da sociedade civil.

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Ultimamente, o debate tem se concentrado na mesquita Abu al-Abbas al-Mursi, do século 15, na cidade costeira de Alexandria, a segunda maior do Egito. As autoridades locais anunciaram uma investigação depois que um empreiteiro encarregado da reforma decidiu repintar de branco os tetos ornamentados, esculpidos e coloridos da estrutura, que é a maior mesquita da cidade.