A Roma Antiga foi uma das maiores civilizações ocidentais da história. Da união de pequenas aldeias na Península Itálica até a ascensão e declínio do império dos césares foram mais de 700 anos!

Pesquisadores estudam até hoje registros, relatos e relíquias tentando entender o funcionamento dessa complexa sociedade, que passou por fases de monarquia, república e império. E uma nova descoberta indica como eram os consultórios médicos naquela época.

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Arqueólogos encontraram 348 artefatos ligados à Medicina na cidade romana de Allianoi, onde hoje fica Bergama, na Turquia. O grande número de artefatos de 1.800 anos sugere que o local já abrigou um antigo centro médico.

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Os instrumentos foram descobertos durante escavações de resgate realizadas entre 1998 e 2006, antes da construção de uma barragem que inundou o lugar. A maioria dos artefatos foi estudada ao longo dos anos e um extenso trabalho foi apresentado agora em 2024.

Segundo a arqueóloga Sarah Yeomans, do St. Mary’s College de Maryland, “Allianoi foi, talvez, um dos primeiros casos conhecidos de uma prática médica organizada e em grupo”.

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Quais eram os procedimentos e como funcionava?

Quando a especialista diz “organizado e em grupo” é preciso entender que a sociedade deles não funcionava da mesma maneira que a nossa.

Ou seja, o local devia abrigar vários médicos, mas eles trabalhavam por si e não tinham um patrão em comum, como funcionam os hospitais modernos.

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Imagem: Divulgação/Trakya Üniversitesi

A arqueóloga Sarah Yeomans afirma que “a variedade de instrumentos cirúrgicos indica que procedimentos relativamente sofisticados eram realizados em Allianoi”.

Entrariam nessa lista, segundo ela:

  • extração de pedras na bexiga e no rim;
  • extração de dentes;
  • cirurgia de catarata ou de remoção do cristalino turvo nos olhos;
  • sutura de feridas (o popular ponto);
  • e até mesmo a remoção de hemorroidas.

Historiadores acreditam que o local também podia receber gladiadores feridos. Mas não só eles. Todas as pessoas, independente de classe social ou função, se tratariam no mesmo lugar.

Patty Baker, professora sênior de estudos clássicos e arqueológicos na Universidade de Kent, no Reino Unido, explicou que esses centros médicos costumavam ficar perto dos famosos banhos romanos. Por esse motivo o acesso era livre a todos.

Os banhos romanos

  • Os banhos eram termas públicas e gratuitas, construídas antes de Cristo.
  • Os espaços podiam abrigar milhares de pessoas e funcionavam como uma espécie de lugar comum para os romanos.
  • Era lá que eles faziam negociações, se reuniam, contavam fofocas, comiam, faziam apostas, tratavam de política, procuravam atendimento médico e até prostitutas.
  • Imagine um clube com piscinas gigantescas e água aquecida; só que as pessoas faziam de tudo lá e passavam horas do dia.
  • O ato de banhar-se era visto mais como uma atividade social do que como um ritual de higiene para os romanos.
  • Em determinadas épocas, os banhos tinham horários separados para homens e mulheres – os escravos também podiam utilizar o local.
  • A separação, no entanto, não encerrou os escândalos de prostituição e promiscuidade à época.
  • E quando falamos que os banhos abrigavam muita gente ao mesmo tempo, era muita gente mesmo.
  • As termas de Dioclécio chegaram a acolher até 3 mil banhistas simultâneos e tinham 13 hectares.

As informações são do site Live Science.