Um astrofotógrafo capturou recentemente diversos loops de plasma subindo acima da superfície do Sol. O que chamou atenção é que eles eram mais fracos do que o normal e aconteceram depois uma explosão solar poderosa, sendo que eles geralmente aparecem antes.

Para quem tem pressa:

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  • Os loops de plasma geralmente se formam antes de uma explosão solar, e todo gás ionizado é liberado para o espaço;
  • Essas estruturas que se formam depois são intrigantes, porque não deveria existir material para elas se formarem;
  • Os pesquisadores ainda não sabem bem como elas se formam, mas mais observações podem permitir que os cientistas as entendam.

No dia 29 de janeiro, uma explosão solar de classe M e magnitudes de 6,8, a segunda classe mais alta de explosões depois da classe X, emergiu de uma mancha no Sol, conhecida como AR3559. Pouco depois da explosão, o astrofotógrafo Eduardo Schaberger Poupeau registrou os fracos loops de plasma subindo da superfície solar exatamente onde a ejeção de massa coronal (CME) aconteceu.

O avistamento desses loops é intrigante porque, em teoria, todo plasma da área já deveria ter sido liberado para o espaço, junto da explosão solar.

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Loops de plasma intrigantes

Antes que explosões solares aconteçam, os loops de plasma em formato de ferradura sobem acima da superfície do Sol e são mantidos lá pelas linhas do campo magnético das manchas solares. Esses loops eventualmente se rompem à medida que as explosões acontecem, empurrando todo o plasma para o espaço como uma CME.

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Essas estruturas que aparecem depois, desafiando a lógica, são conhecidas como loops pós-flare (PFLs), sendo mais comumente vistos em explosões de classe M e X e podendo subir em média cerca de 50 mil quilômetros acima da superfície do Sol.

Os PFLs são muito mais fracos do que os loops de plasma que antecedem as explosões, isso porque eles contêm menos material, fazendo com que sejam mais frios e menos luminosos. Assim, eles só são vistos quando o Sol é observado com um filtro que aumenta os comprimentos de onda vermelhos da luz emitida pelo hidrogênio, conhecido como H-alfa. Como consequência, poucas imagens com tantos detalhes, como a de Poupeau, foram registradas dessas estruturas.

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A foto de Poupeau fornece detalhes sobre os PFLs (Crédito:  Eduardo Schaberger Poupeau)
A foto de Poupeau fornece detalhes sobre os PFLs (Crédito:  Eduardo Schaberger Poupeau)

Apesar dos pesquisadores observarem com certa frequência os PFLs, eles ainda não sabem bem porque esse loops de plasma se formam. Durante muito tempo, pensou-se que eles eram causadas pelo plasma proveniente da superfície solar que preenche as linhas do campo magnético depois que elas se recuperam da explosão. No entanto, observações recentes revelaram que talvez que os loops magnéticos possam estar puxando para trás parte do material ejetado para o espaço.

Com o aumento da atividade solar, devido a aproximação do pico explosivo do ciclo solar de 11 anos, o máximo solar, as explosões têm se tornado cada vez mais fortes. Assim, a ocorrência de  PFLs deve aumentar nos próximos anos, permitindo aos cientistas entender como esses loops de plasma se formam.