Oleg Kononenko, cosmonauta da Roscosmos, a agência espacial russa, acaba de se tornar o ser humano com o maior tempo registrado no espaço, conforme divulgado pela TASS, a agência estatal de notícias da Rússia.

No domingo (4), às 5h30 (pelo horário de Brasília), Kononenko ultrapassou o recorde de 878 dias, 11 horas, 29 minutos e 48 segundos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) – não consecutivos. A marca também pertencia a um russo, o cosmonauta Gennady Padalka, que participou de cinco missões entre 1998 e 2015.

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Atualmente em sua quinta missão na estação desde setembro de 2023, Kononenko deve permanecer lá até setembro deste ano. Ao encerrar esta estadia, ele terá registrado um impressionante total de 1.110 dias no espaço, estabelecendo um marco histórico como o primeiro ser humano a ultrapassar a marca de mil dias em órbita. Sua primeira missão foi em 2008.

Recorde não é o foco para o cosmonauta

Em uma entrevista à TASS, o cosmonauta ressaltou que sua motivação para voar para o espaço é a paixão pela exploração espacial, não a busca por quebrar recordes. Ele expressou orgulho por suas conquistas, mas salientou que o mais importante está no fato de que o recorde de tempo no espaço ainda é mantido pela Rússia.

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A realização de Kononenko é notável não apenas pelos números impressionantes, mas também pelos desafios físicos e emocionais enfrentados pelos astronautas. As missões na ISS geralmente duram cerca de seis meses, período durante o qual efeitos físicos, como a perda de densidade óssea e atrofia muscular, são inevitáveis – mesmo com aparelhos de exercícios e duas horas diárias de atividade física, o que apenas ameniza os impactos.

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Além dos desafios físicos, há um custo emocional significativo associado ao isolamento e ao tempo prolongado longe da família. “Ao voltar para casa é que se percebe que há centenas de dias, na minha ausência, as crianças crescem sem um pai”.

Maior tempo consecutivo no espaço também é da Rússia

Fruto da colaboração entre cinco agências espaciais, incluindo NASA e Roscosmos, como parte de um consórcio entre 16 países, a ISS, lançada em 1998, enfrenta um futuro incerto.

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Em 2022, devido a tensões entre Rússia e EUA, o país governado por Vladimir Putin anunciou sua intenção de se retirar da parceria em 2024, para construir sua própria estação espacial. No entanto, os planos foram adiados: primeiramente, em um ano e, depois, para 2028. Dois anos mais tarde, em 2030, o laboratório orbital deve ser aposentado, segundo os planos da NASA.

Até o momento, o recorde de voo espacial mais longo também pertence a um cosmonauta, Valeri Polyakov, que passou 437 dias e 18 horas a bordo da estação espacial Mir, entre 1994 e 1995.