Técnica de impressão 3D oferece alternativa para testes em animais

Método utiliza tecidos artificiais criados com impressão 3D para a testagem de cosméticos
Por Ana Julia Pilato, editado por Lucas Soares 05/02/2024 08h26, atualizada em 01/03/2024 11h45
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Imagem: Shutterstock/nevodka
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Empresas de cosméticos e farmacêuticas estão utilizando um método alemão conhecido como body-on-a-chip (corpo-em-um-chip, ou BoC, na sigla em inglês) – capaz de reconstituir tecidos artificiais em impressão 3D – como alternativa à testagem de produtos em animais.

Entenda:

  • Um método conhecido como body-on-a-chip (BoC), importado de uma empresa alemã, é utilizado para produzir tecidos humanos artificiais;
  • A técnica oferece uma alternativa à testagem da toxicidade de cosméticos realizada em animais, proibida em 2023;
  • Com uma mistura de colágeno e diferentes tipos de células humanas, os tecidos são criados em uma bioimpressora – que recebe informações de um computador sobre o tamanho e formato dos tecidos;
  • As informações são da Revista Pesquisa FAPESP.

Os tecidos são colocados em um aparelho que simula a corrente sanguínea utilizando uma solução de nutrientes e oxigênio. “Aplicamos o ingrediente que queremos testar sobre a pele reconstituída e avaliamos sua toxicidade, simulando o funcionamento do corpo humano”, explica a bióloga Juliana Lago, pesquisadora da área de avaliação pré-clínica da Natura, à Revista Pesquisa FAPESP.

Leia mais:

Como é feita a impressão 3D de tecidos artificiais

Reconstrução de tecido de fígado (Imagem: Léo Ramos Chaves / Revista Pesquisa FAPESP)

As bioimpressoras utilizam uma solução que leva colágeno e diferentes tipos de células para criar estruturas tridimensionais. O conteúdo é despejado em placas e colocado em uma máquina que recebe informações de um computador sobre o tamanho e formato da construção dos tecidos.

Na startup 3D Biotechnology Solutions (3DBS), que ajudou a aprimorar a produção de tecidos de intestino, a bioimpressão é feita com células isoladas obtidas em cirurgias de fimose em crianças, como explica a bióloga Ana Luiza Millás, diretora de pesquisa da empresa: “As células descartadas da cirurgia em crianças produzem com rapidez o colágeno do tipo I, uma proteína da qual precisamos, por dar resistência e elasticidade à pele.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.