(Imagem: TR STOK/Shutterstock)
A Comissão Europeia recomendou, nesta terça-feira (06), a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes de combustíveis fósseis em 90% até 2040, em comparação aos níveis de 1990. É um objetivo ambicioso para transformar o sistema energético da União Europeia.
Apesar das críticas, a Comissão Europeia considera o plano um passo significativo rumo à redução de emissões em 55% até 2030 e à neutralidade de carbono até 2050. A proposta reflete os esforços da UE em alinhar suas políticas energéticas e ambientais com os objetivos do Acordo de Paris, embora mudanças ainda possam ocorrer após as próximas eleições do Parlamento Europeu e a formação de uma nova Comissão.
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No entanto, detalhes do plano proposto, que ainda precisa ser formalmente apresentado, já enfrentam críticas. A principal diz respeito à dependência de técnicas arriscadas de captura de carbono em vez de prevenção da poluição. Grupos ambientais também apontam a falta de estratégia para eliminar o uso de petróleo e gás, apesar de mencionar o fim do carvão.
A proposta surge num contexto no qual o mundo quase entrou em acordo para eliminar os combustíveis fósseis durante conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o clima em Dubai, realizada em dezembro. Mas o texto final apenas mencionou a “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos de forma justa, ordenada e equitativa”. Isso abre espaço para tecnologias controversas de captura de carbono.
A rota climática da União Europeia para 2040 sugere que cerca de 8% da redução total de 90% nas emissões poderia ser alcançada por meio de captura e remoção de carbono. Na prática, isso reduziria o objetivo real para 82%. Junto ao plano, a UE divulgou um documento com a estratégia para a captura de emissões de dióxido de carbono.
O documento também enfatiza a necessidade de inovação tecnológica para tornar a captura, o transporte e o armazenamento de carbono soluções climáticas eficazes. A estratégia coloca como meta armazenar anualmente 280 milhões de toneladas de dióxido de carbono capturado até 2040, desafio significativo considerando a capacidade atual das plantas industriais de filtragem de CO2 e o alto custo associado à remoção de CO2 da atmosfera.
A estratégia também inclui tecnologias caras acopladas a usinas de energia e outras fontes poluentes para capturar parte do CO2 gerado pela queima de combustíveis fósseis. Há preocupações de que a dependência excessiva em captura e armazenamento de carbono possa ser desculpa para prolongar o uso de usinas a gás.
Apesar das críticas e desafios, a Comissão vê o plano de 2040 como encorajador, marcando um passo importante em direção aos compromissos da UE de reduzir as emissões em pelo menos 55% até 2030 e alcançar zero líquido até 2050, em linha com os objetivos do Acordo de Paris. Mudanças na proposta ainda são possíveis, especialmente após as eleições do Parlamento Europeu em junho e a formação de uma nova Comissão.
Esta post foi modificado pela última vez em 6 de fevereiro de 2024 15:56