A bateria de lítio foi um enorme avanço para a humanidade e está presentes há décadas no celular e mais recentemente em carros elétricos e muitos dispositivos. Entretanto, como modelos de alta densidade retêm muita energia, podem gerar incêndios catastróficos e muito difíceis de conter em caso de falha ou acidente.

Para mudar isso, pesquisadores criaram uma bateria que consegue ‘se apagar’ sozinha em caso de fogo, um recurso embutido diretamente nas células. Saiba mais sobre a novidade.

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Bateria que apaga seu próprio incêndio

Vale destacar que baterias bem construídas, ou seja, de acordo com padrões rígidos de qualidade, não geram problemas com frequência, mas são tantas espalhadas em diferentes dispositivos, que casos de incidentes com fogo estão se tornando mais frequentes (em Nova York foram mais de 200 em 2022, segundo o New Atlas).

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Uma bateria em chamas pode incendiar um edifício ou veículos próximos, inclusive já mostramos casos similares aqui no Olhar Digital. Depois que o fogo começa, é muito difícil de extinguir.

  • Pesquisadores da Universidade Clemson e da Universidade de Hunan dizem ter conseguido uma solução inovadora que pode mudar isso.
  • “Conseguimos produzir uma bateria que apaga seu próprio fogo”, disse um dos pesquisadores ao The Convesation.
  • A equipe criou um novo tipo de bateria de lítio recarregável, substituindo o fluido eletrolítico típico e altamente combustível por material encontrado normalmente em um extintor de incêndio.
  • Em vez de usar solventes orgânicos inflamáveis ​​normais para o eletrólito da bateria, os pesquisadores usaram uma versão modificada do fluido de transferência de calor não inflamável Novec 7300 da 3M.

Como a nova bateria se saiu nos testes?

O eletrólito autoextinguível teve um bom desempenho tanto em baterias de lítio quanto de íons de potássio, recusando-se a pegar fogo mesmo quando perfurados por pregos. A equipe ainda não divulgou vídeos desses testes.

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A solução feita de material de extintor de incêndio também teve um bom desempenho como eletrólito, funcionando bem entre -75 a 80 °C, lidando com calor e frio extremos significativamente melhor do que eletrólitos convencionais e, em alguns casos, mantendo a capacidade da bateria mais de ciclos de carga, destaca a pesquisa.

Outra boa notícia é que a novidade deve ser fácil de implementar em escala comercial. Como o eletrólito alternativo tem propriedades físicas semelhantes às dos eletrólitos comuns usados ​​atualmente, ele pode ser facilmente integrado às atuais linhas de produção de baterias, dizem os pesquisadores. “Se a indústria o adotar, esperamos que as empresas consigam fabricar baterias não inflamáveis ​​usando suas instalações existentes“.

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A pesquisa foi publicada na revista Nature Sustainability.