No último sábado (3), a sonda Juno, da NASA, fez um segundo sobrevoo próximo da lua Io, que é o terceiro maior satélite natural de Júpiter e o corpo mais vulcânico do Sistema Solar.

Sobre a sonda Juno:

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  • Juno é uma sonda espacial da NASA projetada para orbitar e estudar o planeta Júpiter;
  • Foi lançada em 5 de agosto de 2011 e entrou em uma órbita polar ao redor do gigante gasoso em 5 de julho de 2016;
  • Juno, uma homenagem à deusa romana que era esposa de Júpiter, é o acrônimo de JUpiter Near-polar Orbiter;
  • Para investigar a origem e evolução de Júpiter, e, por extensão, do Sistema Solar, a sonda possui nove instrumentos científicos, responsáveis por estudar a composição do planeta, sua distribuição de massa, atmosfera, campos gravitacionais e magnéticos e as regiões polares da magnetosfera jupiteriana.

A espaçonave chegou à órbita do gigante gasoso em 2016 com o objetivo de estudar o maior planeta da nossa vizinhança, tendo posteriormente sua missão estendida para explorar os anéis e as luas daquele intrigante mundo.

Complementando a primeira abordagem, realizada em 30 de dezembro, a mais recente aproximação da sonda (58º perijove) registrou mais imagens impressionantes da paisagem sinistra da lua Io, desta vez a cerca de 1.500 km de distância do alvo.

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Captura de pluma vulcânica dupla em lua de Júpiter é inédita

Os vulcões de Io expelem enxofre e outros compostos de forma violenta, o que dá ao objeto celeste suas características cores laranja, amarela e azul. De acordo com Scott Bolton, físico do Instituto de Pesquisa do Sudoeste (SwRI) que lidera a missão Juno, esse processo é semelhante ao que ocorre nos vulcões do Havaí ou nos gêiseres do Parque Nacional de Yellowstone, no noroeste dos EUA.

Divulgadas no domingo (4), as fotos mais recentes da missão Juno mostram o que parece ser uma pluma vulcânica dupla na superfície de Io – algo que nunca havia sido capturado antes pela sonda. 

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Leia mais:

Jani Radebaugh, cientista planetária da Universidade Brigham Young, não integra a missão Juno, mas colabora com a equipe especificamente nas observações do corpo vulcânico. Segundo ela, diferentemente da Lua da Terra, que permanece inalterada há milhões (ou bilhões) de anos, Io tem sofrido mudanças constantes com o passar do tempo.

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Pesquisadores vêm especulando se há um oceano de magma sob a crosta de Io ou se são bolsões de rocha derretida alimentando esses vulcões, similar ao que ocorre na Terra. Os novos dados coletados devem ajudar a desvendar esse mistério – mas as análises podem levar meses para serem concluídas.

Embora este tenha sido o último sobrevoo da Juno próximo de Io, a missão continuará a realizar observações mais distantes a cada 60 dias, oferecendo uma visão abrangente dessa lua em constante mudança. “Esses dados serão igualmente valiosos”, disse Bolton, em entrevista ao jornal The New York Times. “Todas as imagens são incríveis – e nunca sabemos realmente o que esperar”.